Tudo começou com um protesto, em julho deste ano. O coletivo de arte urbana “Tranverso” rebatizou a Ponte Costa e Silva numa homenagem ao sambista pernambucano Bezerra da Silva, mas a Câmara Legislativa do Distrito Federal vai retirar o nome do ex presidente Arthur Costa e Silva, durante cujo governo foi instituído o Ato Institucional nº 5 (AI-5), que cassou a liberdade de expressão.
Na última sessão de 2012 a CLDF votou um projeto de autoria da deputada Eliana Pedrosa (PSD), que propõe audiência pública para a mudança do nome da ponte que liga a Asa Sul ao Lago Sul, região administrativa do DF. O projeto aguarda a sanção do governador do DF, Agnelo Queiroz e caberá ao Executivo realizar a audiência pública.
A justificativa do projeto de Eliana para a mudança é “que o Marechal Artur da Costa e Silva foi o segundo presidente do regime militar e, durante o seu mandato, foi instituído o Ato Institucional n° 05, acarretando o fechamento do Congresso Nacional, cassação de diversos políticos, dentre outras ações que mudaram negativamente a história do Brasil, provocando o repúdio de nossa sociedade”.
A assessoria da distrital lembra ainda que Costa e Silva foi um dos responsáveis pelo exílio político do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Eliana defende que seria mais justo batizar o monumento com nome de alguma pessoa que contribuiu positivamente para Brasília ser o que é atualmente.
A deputada conta que estudantes sugeriram a mudança e ela resolveu desenvolver o projeto e abriu enquetes para que o povo pudesse fazer as sugestões e entre os escolhidos estão Tancredo Neves, Ernesto Silva, Itamar Franco, Bernardo Sayão, Israel Pinheiro, Elmo Serejo, Maurício Correia, Darcy Ribeiro, Renato Russo, Desembargador Lúcio Arantes, Anísio Teixeira, Marechal José Pessoa e agora Oscar Niemeyer, incluído através de emenda da própria deputada para homenagear o arquiteto, que morreu no último dia 5 de dezembro, entre as opções para dar nome à ponte.