Alegando falta de médicos, hospital Santa Lúcia sugere tirar bebês de UTI’s

Publicado em: 12/12/2012

Pais de bebês internados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) neonatal e pediátrica do hospital particular Santa Lúcia, em Brasília foram orientados pela direção do estabelecimento a transferirem os filhos para outros hospitais, alegando dificuldade na contratação de equipes pediátricas. 

Os pais de bebês e crianças internados foram convocados nesta segunda (10) para uma reunião com a direção do hospital e foram informados na ocasião que o contrato com a equipe médica que atua nessas UTIs acabará a partir do próximo sábado (15) e que não conseguiram contratar uma nova equipe. Além disso, a direção do Santa Lúcia afirmou que as contratações não devem ser feitas antes do dia 5 de janeiro, o que significaria 21 dias sem cobertura. Como alternativa para os casos em que a transferência não é possível, por causa do quadro do paciente, o hospital acenou com a possibilidade de contratação de um médico plantonista.

 

Em nota o Hospital Santa Lúcia afirmou dificuldade para contratar especialistas para atuar nas unidades de terapia intensiva infantil, mas não confirma a desativação das UTIs. “Cumpre lembrar que no Brasil é notória a falta de médicos em todas as subespecialidades da pediatria, em especial a intensiva”, afirma a nota.

 

Ministério Público – O promotor Trajano Sousa de Melo, da Promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público do Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) acompanha o caso e, segundo ele, em outubro, a equipe médica responsável pelas UTIs informou ao hospital que não tinha mais interesse em realizar o atendimento. A promotoria tentou costurar um acordo para evitar a rescisão, mas a proposta não foi aceita pelo Santa Lúcia. “O hospital se comprometeu a garantir assistência adequada aos que não pudessem ser removidos e a não fazer mais internação eletivas que pudessem ter desdobramento de internação em UTIs”, afirmou o promotor.

 

Trajano afirmou que vai cobrar do Hospital Santa Lúcia a transição de equipes com o menor trauma possível. “As transferências só vão ser feitas se o paciente tiver condições para o paciente e se houver leitos em outras unidades. Se esse não for o quadro verificado, o Santa Lúcia terá que garantir atendimento”. Segundo ele, cabe ao hospital a responsabilidade por encontrar novos leitos para os pacientes e ele pretende deixar o Santa Lúcia ciente disto.

 

Veja íntegra da nota do Hospital Santa Lúcia:

 

“Nota de esclarecimento

 

Brasília, 11 de dezembro de 2012 – O Hospital Santa Lúcia manifesta que tem tentado buscar profissionais no mercado que atendam aos rígidos requisitos necessários para atuação nas unidades de terapia intensiva infantil, preservando a continuidade na assistência prestada. Cumpre lembrar que no Brasil é notória a falta de médicos em todas as subespecialidades da pediatria, em especial a intensiva.

 

Diante da grande dificuldade, a unidade tem atuado fortemente para resolver a questão, inclusive com o rígido acompanhamento da Promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público do Distrito Federal – Prodecon/MPDFT.

 

A diretoria do Hospital Santa Lúcia está à disposição dos pais das crianças que se encontram nessas unidades de terapia intensiva para quaisquer esclarecimentos e o apoio assistencial que se fizer necessário.

 

Assessoria de Imprensa do Hospital Santa Lúcia”

 

Com informações do G1

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