Por Chico Sant’Anna – Novas mudanças à vista no GDF. Quem deve sair é o secretário de Cultura, Hamilton Pereira, ou Pedro Tierra como é conhecido por escrever poesias. Quadro histórico do PT, Hamilton parece ter se cansado das dificuldades internas do GDF e decidiu assumir um cargo na Fundação Perseu Abramo, do Partido dos Trabalhadores, onde já trabalhou.
Recentemente, a sua pasta foi envolvida em denúncias de que o GDF queria desviar R$ 18,5 milhões do Fundo de Amparo à Cultura para o custeio de festividades como o Carnaval de 2013 e o Natal deste ano. A classe artística de Brasília se mobilizou, ganhou o apoio de pelo menos dois dos três senadores candangos e parece ter conseguido evitar o sangramento nos já parcos valores voltados ao incentivo das atividades culturais na Capital Federal.
Antes mesmo de ser anunciada formalmente a saída da Hamilton Pereira, a cúpula do PT do DF já se articula para ocupar o cargo. O indicado seria Fernando Neto, quadro do partido muito próximo ao presidente da legenda, o deputado federal, Roberto Policarpo.
Há pressa no PT local em resolver rapidamente a sucessão e evitar disputas internas, em especial com o super secretário, Swedenberg Barbosa, que tem demonstrado interesse em trazer pessoas de sua confiança para dentro do GDF, mas também disputas com outras agremiações da base do governo de Agnelo, a chamada “Turma da Mudança”.
Partidos como o PSB, apesar dos discursos inflamados em oposição ao GDF do senador Rodrigo Rollemberg, adorariam o espaço e já teriam um nome na manga: Jaime Recena, jornalista e empresário com experiência na organização de eventos e que no momento é administrador regional do Lago Norte. A Cultura também poderia ser o cartão de visita para atrair o PSD de Gilberto Kassab, que deve passar a integrar o governo federal de Dilma Rousseff. Agnelo poderia atrair a turma do PSD candango com a vaga aberta
Hip hop Gospel – De concreto, o nome posto, até agora, na mesa de Agnelo é o de Fernando Neto. Protegido de Policarpo, tem apenas 29 anos. Milita no movimento estudantil e é evangélico. Na secretaria da Juventude, apoiou iniciativas musicais de grupos de Rap, Hip Hop e Gospel. Pretende ser candidato a distrital em 2014.
Embora tenha feito parte da lista triplice elaborada pela Juventude Petista com os nomes para ocupar a secretaria da Juventude, ele não era um consenso. Seus críticos o consideram um “burocrata petista” e “meio deslumbrado”.
A idade, por sinal, é um ponto negativo na indicação para o novo cargo. Sua inexperiência já colocou o governador de “saia-curta”. Em fevereiro deste ano, ainda como secretário da Juventude, se envolveu numa polêmica, ao alertar pelas redes sociais seus seguidores sobre as blitzes que a secretaria de Segurança realizava no DF para coibir a condução de veículos por pessoas alcoolizadas. Coincidência ou consequência, pouco tempo depois Agnelo Queiroz extinguia a pasta.
