Mais uma encrenca do Policial João Dias, desta vez, briga com vizinhos

Publicado em: 15/10/2012

O policial militar João Dias se envolveu em mais uma encrenca: desta vez em uma briga de vizinhos na noite deste sábado (13). A confusão foi filmada pela família do vizinho e a polícia foi chamada para conter os ânimos. No vídeo, João Dias e mais sete homens vão para frente da casa do vizinho, engenheiro Nauro Scheufler, avançam sobre o portão. Um dos funcionários da obra mostra as partes íntimas. Há xingamentos dos dois lados. João Dias vira para um deles e cita um calibre de arma. 

De acordo com denúncia feita ao DFTV, Nauro Scheufler e a esposa dele, a professora Cláudia Scheufler, contam que o problema é a obra na casa de João Dias, que extrapola o horário permitido pela convenção do condomínio Bela Vista, em Sobradinho II, Distrito Federal. “Começou de manhã, seguiu no horário permitido, que é até 14h, e extrapolou até 20h. Aí que a gente, desesperado, pediu pra parar com o barulho, que ninguém aguentava mais, foi quando começou todo o tipo de xingamento”, contou Nauro. 

Dias não quis dar entrevistas, mas admitiu que nos últimos três dias a obra passou do horário para deixar a casa pronta para um evento de família. Afirmou ainda que nunca foi notificado pela administração do condomínio e que foram os vizinhos que começaram a confusão. 

Há cerca de três semanas, João Dias foi parar na delegacia por causa de outra confusão, quando funcionários de uma marmoria disseram que foram agredidos pelo policial militar, que negou e disse que teve a casa invadida. Em dezembro do ano passado, João Dias foi preso em flagrante depois de agredir funcionários do Palácio do Buriti e jogar maços de dinheiro no gabinete do secretário de Governo. Ele ficou detido no presídio da Papuda. 

Confusão – A professora reclama de atitudes hostis do vizinho. “Ele vir como vizinho na porta da minha casa é uma coisa, agora ele vir na porta da minha casa com oito pessoas, mostra o que? Completamente desequilibrado”, comenta. Um dos funcionários da obra, Dani Santos, rebate: “Jogaram sacos, baldes de água, sacos de água, pedras, jogaram na gente e nós estávamos no corredor nessa hora”, afirma. 

João Dias não quis ir à delegacia.“Também seu funcionário que parece, ao nosso entendimento, seja pessoa da casa, um segurança, também disse que não compareceria à DP conosco”, disse o sargento Eurimar Lêla, do 13º batalhão. 

O caso está sendo investigado pela delegacia de Sobradinho II. Se for confirmada a versão do vizinho, João Dias pode responder por quatro crimes: ameaça, perturbação do sossego, ato obsceno e injúria. “Esta semana nós vamos intimar João Dias, os comunicantes, e tentar identificar os outros que estavam com ele”, afirmou o delegado Rogério Henrique Oliveira. 

João Dias – Na semana passada, o policial apresentou mais um vídeo em que recebe uma grande soma de dinheiro e que seria de emissários do GDF, porém o vídeo não prova a origem do dinheiro. Por conta desta nova denúncia de Dias, na terça (09), a deputada distrital Celina Leão (PSD) protocolou uma Notícia Crime na Polícia Federal (PF), pedindo a instauração de inquérito policial, para apurar as possíveis irregularidades, apontadas pelo PM.

Celina ainda representou na  Procuradoria Geral da República (PGR), o pedido de investigação  das últimas denuncias apresentadas por Dias; o recolhimento dos valores apresentados na reportagem e que passem por perícia para identificar a origem das cédulas e, ainda que seja apurada a coação ou compra da  possível testemunha, João Dias.

Segundo Celina,  Dias é uma possível testemunha em processos que tramitam no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com isso quem deveria promover a segurança dele e dos envolvidos em processos do STJ é a Polícia  Federal. “Se existe uma tentativa de comprar o silêncio de João Dias, ela tem que ser investigada, rastreada e os responsáveis devidamente punidos. O que temos certeza é que tem algo de errado aí, afinal, dinheiro não cai do céu”, disse a deputada.

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