No período de 22 a 27 de outubro, Brasília receberá a grande programação do Festival Latino-Americano e Africano de Arte e Cultura – FLAAC 2012. O festival, que traz ao debate temas como a diversidade cultural, a quebra de preconceitos e paradigmas e discute politica e artisticamente o Brasil de hoje, acontecerá entre os prédios do campus Darcy Ribeiro, na Universidade de Brasília.
O FLAAC acontece em comemoração aos 50 anos da UnB, local amplamente conhecido como um espaço de debate de direitos e liberdade. A UnB, seguindo os traços marcantes deixados por Darcy Ribeiro, se apresenta como um ponto de encontro dos que desejam fazer algo para mudar a história do país, sendo um abrigo para quem deseja expressar convicções políticas e artísticas. Além disso, a universidade é um espaço de livre diálogo, onde expressões culturais são respeitadas e aceitas, convivendo em perfeita harmonia, ou seja, um local onde a multiplicidade e a pluralidade encontram chão.
A primeira edição do FLAAC aconteceu em 1987, tendo como principais características a ousadia e o engajamento político pós-ditadura. Em um período delicado da história do país, o festival existiu como um grito de liberdade para os artistas e militantes da época que buscavam oportunidades de expressar suas indignações e promover a liberdade de expressão em seu cerne, trazendo consigo toda a herança afrolatina adormecida nos tempos de repressão.
Em 2012, o festival é reinventado, pois acompanha as mudanças políticas, sociais e culturais que aconteceram no país durante os últimos anos. Ainda assim, suas características intrínsecas não se alteram, prevalecendo o enorme desejo de uma sociedade aberta a mudanças e livre de preconceitos. Nesta nova edição, o FLAAC multiplica-se, tornando-se um espaço de referência e encontro das artes e da bagagem cultural acumulada pelos povos africanos e latino-americanos.
O festival iniciou seus trabalhos em abril e, desde então, vem desenvolvendo diversas atividades, tendo como lançamento de sua vasta programação, um concerto com as cantoras Mônica Salmaso e Mariene de Castro. Desde então, o FLAAC está presente em diversos pontos do Distrito Federal com atrações que promovem amplo contato com a arte e com o sentimento afrolatino, como o Festival Cena Contemporânea, eventos no Clube do Choro, a Mostra Internacional de Bonecos, dentre outras.
Entre os dias 22 e 27 de outubro, o FLAAC invade a Universidade de Brasília com a parte mais intensa de sua programação. Nesse período, o festival deseja ser explorado pelo público que se sinta atraído por suas atrações. A ideia aqui é que o público possa fazer um intenso mergulho nas raízes e na história dos povos latino-americano e africano e se sinta convidado a partilhar toda a intensidade artística e humana que circulará por entre as paredes do campus.
As atividades serão concentradas em uma grande Aldeia Global, estrutura entre o ICC, a Reitoria e a Biblioteca que abrigará três espaços: o Espaço África – Anísio Teixeira, dedicado às atrações que resgatam a origem africana, a Oca dos Povos Indígenas – Darcy Ribeiro, para atrações Latinas, e o palco Mandala Global – Mestre Teodoro, onde acontecerão os grandes shows e espetáculos, além de um espaço de convivência, o Espaço Livre – Honestino Guimarães. A ideia de uma Aldeia Global faz aflorar o intuito do festival em possibilitar um encontro dos povos. Lá, as pessoas poderão se deparar com experiências inovadoras e sensoriais, que estimulem sentidos e proporcionem profundas imersões. Constantemente, o público será convidado a
refletir política e artisticamente sobre a atual realidade desses povos.
Com essa proposta, o festival se apresenta como uma experiência multissensorial artística e, sobretudo, humana, quando deseja que as pessoas mergulhem em universos paralelos que estarão à disposição por meio da programação vasta e plural oferecida. Todos os dias, em cada espaço, acontecerão workshops, espetáculos de teatro, dança, moda e audiovisual, além de grandes shows com nomes como o da banda argentina Pollera Pantalón, além de Margareth Menezes, Zeca Baleiro e Olodum.
