Após nove dias de bloqueio em protesto contra as intenções do Governo do Distrito Federal em firmar uma parceria público-privada (PPP) para a gestão e o serviço de coleta de lixo, os catadores liberaram nesta sexta (19) a entrada do lixão da Estrutural, em cumprimento de determinação judicial. Em assembleia, a categoria optou pelo desbloqueio.
Na decisão, o juiz Carlos Divino Rodrigues, que nesta quinta (17) determinou o desbloqueio imediato das entradas do local, alegando que os catadores “estão a comprometer serviço público essencial relativo à coleta e tratamento de resíduos sólidos produzidos na cidade, situação que somente serve para agravar ou por a perigo as condições de saúde pública.”
De acordo com Ronei Costa da Silva, que participa do movimento ocupação e é membro do Movimento Nacional dos Catadores, a categoria aprovou o desbloqueio, após o Ministério Público e a presidência da República mediarem o conflito com o GDF e há a promessa de que os catadores farão parte da discussão sobre as mudanças no lixão. “Independentemente se vai ter PPP ou não, os catadores vão ser incluídos. A gente conseguiu fazer parte da discussão. Também foram prometidos a construção dos galpões na área dos catadores e o pagamento de serviços prestados”, informou.
Nota do Câmara em Pauta – Não podemos deixar de comentar que o jornal Correio Braziliense publicou que “os catadores eram contra o cooperativismo” e, segundo representantes da categoria, isso não é verdade. Francisco Carneiro, apoiador do movimento de ocupação do Lixão da Estrutural afirmou via facebook que os trabalhadores que protestam querem sim a cooperativa e quem fala contra isto quer “queimar o movimento”. “Ninguém quer viver eternamente trabalhando sob condições desumanas, mas deixar isto e se transformar em empregado de uma empresa monopolista, sem garantia nenhuma, também não dá”, pondera.
Cabe dizer ainda que a decisão de desocupar o Lixão partiu da assembleia