Adolescentes que cumprem medidas socioeducativas no Caje são premiados no México

Publicado em: 13/10/2012

O Concurso da 9º Bienal Internacional do Rádio, no México nos dias 5 e 6 de outubro deu o terceiro lugar a adolescentes de Brasília que cumprem medidas socioeducativas na Unidade de Internação do Plano Piloto (UIPP), antigo Caje. Os jovens apresentaram o programa “Liberdade É Oportunidade”, mostrarando seus posicionamentos sobre a aplicação das medidas socioeducativas, a ressocialização e a forma como a mídia apresenta os atos infracionais. A produção do programa de rádio faz parte do Projeto Onda, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), que trabalha com alunos da rede pública de ensino. 

Os internos concorreram na categoria Programa de Jovens para Jovens, única na qual não era obrigatória a divulgação do material em rádios ou na internet e que destacou obras amadoras na categoria. O primeiro lugar ficou com o programa A Democratização dos Meios de Comunicação no México, de Marcía de Carmen Santiago. O segundo lugar foi para As Realizações do México para os 200 Anos, de Emanuel Tapia Bedoll. O primeiro e o segundo colocado são produções mexicanas. Os brasilienses receberam como prêmio 30 mil pesos, o equivalente a R$ 4.740, além de um certificado de participação. O valor do prêmio será investido no projeto. 

Projeto Onda – Marcia Acioli relata que a escolha do tema abordado no programa foi feita pelos próprios internos, a partir de uma insatisfação deles com a forma que a imprensa os retrata. “Era uma queixa deles. O programa fala de como é distribuição das oficinas dentro do Caje e eles queriam dizer que acham preconceituosa a forma como a mídia se refere a eles”, diz a cooredenadora. 

Segundo a coordenadora do projeto, Márcia Hora Acioli, o Projeto Onda chegou à Unidade para atender uma necessidade de dar uma chance de ressocialização aos alunos que estão internados. “Nós escolhemos trabalhar também com o Caje porque ali é uma escola. Sentimos que o projeto poderia contribuir de alguma forma”, disse. 

Os internos participaram de oficinas de produção, aulas de locução e redação e cerca de 20 alunos, entre internos e não internos, participaram do programa premiado. “Procuramos trabalhar com esses alunos para que eles tivessem perspectivas diferentes na produção, queríamos que houvesse uma troca de experiência durante o projeto”, destacou Márcia. 

Com informações da Agência Brasil.

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