Nesta quinta (20), populares tentaram linchar uma agente comunitária presa em flagrante quando tentava roubar duas crianças da maternidade do Hospital Regional de Brazlândia, região administrativa do Distrito Federal. Luciete M. dos Santos tentou sair do hospital com as crianças dentro de uma sacola, mas uma paciente teria gritado alertando o crime e a mulher teve de ser levada para uma área isolada, para evitar que fosse linchada pela população e pacientes, que ficaram revoltados.
Os seguranças já haviam observado as atitudes da mulher, que ficou algumas horas circulando pelo hospital. A mulher tentou sair com uma sacola grande nas mãos levando os dois recém-nascidos, um de cada sexo. Quando alertaram a segurança, ela entrou no carro para fugir, mas foi detida pelo policial militar que atua no hospital, sargento Alves. Logo em seguida, a Polícia Militar do DF (PMDF) foi acionada, as sacolas abertas e os bebês encontrados.
Linchamento – De acordo com o tenente Hildon, do 16º Batalhão da Polícia Militar (BPM), a revolta popular foi grande, principalmente pelo fato de ter tentado fugir com as crianças em uma sacola. “Tinha muita gente com raiva. Alguns estavam armados com pedaços de pau e pedra. Quando chegamos, ela estava cercada por várias pessoas e precisamos interferir para garantir a integridade física dela, uma vez que a comunidade queria tomar atitudes mais drásticas. Os bebês estavam dentro de uma sacola, sem cuidado algum. Ela colocou em risco a vida das crianças e por pouco não levou uma surra das pessoas que presenciaram a cena”, conta Hildon.
Luciete passou a noite na 18ª DP (Brazlândia), onde a ocorrência está registrada. O delegado-adjunto, Pedro Luiz de Moraes, afirmou que ela chora muito. “Passou a noite chorando, continua presa e está desolada. A família também está bastante abalada com tudo isso”.
Gêmeos – Luciete é agente comunitária e trabalhava na Secretaria de Saúde do DF. Por conta disso, tinha livre acesso aos Hospitais de Ceilândia e Brazlândia. Ela foi levada ao presídio feminino da Colméia nesta sexta (21). Moraes informou que o marido está perplexo com a situação porque foi enganado por ela durante quase um ano. Ela disse que estava grávida de gêmeos de sexo diferente.
Em depoimento, o marido de Eliete contou à polícia que não esperava que isso fosse acontecer e que estava esperando muito pelos filhos e que segundo a mulher, daria à luz por esses dias. Animado com a chegada das crianças, ele comprou os enxovais, que foram encontrados no carro de Luciete no momento em que ela foi presa. Moraes acredita que ela decidiu agir no Hospital de Brazlândia, por ser um local com menos movimento de pessoas, se comparado ao de Ceilândia e ela só teria acesso a um desses dois hospitais.
Planejado – O delegado ressalta que ela planejou com detalhes o roubo dos bebês. “Por pelo menos nove meses ela planejou tudo isso. Disse ao marido que estava grávida de gêmeos, de sexos diferentes, engordou de propósito, apresentou o exame de outras pessoas e chegou a ficar grávida psicologicamente. A reação dele, ao saber do caso, foi terrível. Ele realmente ficou chocado”, contou Moraes.
Além disso, ela teria escolhido as vítimas não pelas características, mas pela fragilidade e vulnerabilidade que apresentavam no momento. “Uma delas teve complicações pós-parto, em estado grave, medicada e inconsciente. A outra estava dormindo e todas as demais faziam vigília, estavam bem espertas”, disse o delegado.
Com informações da TV Record.