Polícia do DF prende jovem acusado de clonar cartões e gastar milhões de dólares

Publicado em: 27/09/2012

Nesta quarta (26) a Polícia do Distrito Federal prendeu um jovem em um hotel de luxo da Asa Sul, área central de Brasília, acusado de clonar 450 cartões de créditos executivos e gastar milhões de dólares. Com os cartões corporativos, ele levava uma vida de luxo, festas, bebidas importadas e viagens internacionais. O rapaz é formado em Sistema de Informação e segundo a polícia, ele começou o esquema em 2010, ainda na faculdade.

Ele comprava os números dos cartões corporativos pela internet e usava, em seguida, para pagar contas, fazer reserva de viagens e hotéis e comprar produtos caros. Para não levantar suspeitas, o rapaz usava o nome de uma empresa falsa, que teria sede nos Estados Unidos. Segundo o delegado Ailton Rodrigues, responsável pelo caso na 1ª Delegacia de Polícia, na Asa Sul, ele cursava Sistema da Informação na Pensilvânia, nos Estados Unidos e teve a ideia de usar os conhecimentos adquiridos durante o curso junto com oito amigos. O objetivo era curtir a vida. 

O rapaz, cuja família é de Goiânia foi preso, em flagrante, no quarto do hotel acusado de estelionato e segundo a polícia, ele aplicou o golpe em pelo menos 450 empresas de todo o mundo e a estimativa é de que tenha dado um prejuízo de mais de US$ 10 milhões. Se condenado, ele poderá ficar até cinco anos na cadeia. 

Suspeita – Durante a temporada em Brasília, ele fez questão de manter o alto padrão a que estava acostumado e hospedou-se em um hotel de luxo, no centro da cidade. Em uma semana gastou mais de R$ 10 mil, mas os funcionários do hotel começaram a desconfiar dos altos gastos e da atitude do jovem, que dizia estar a trabalho, mas passava o dia no quarto e a noite em festas e gastava com diárias e bebidas alcoólicas. 

A direção do hotel acionou a polícia que começou a investigar o rapaz e descobriu que os gastos no hotel foram pagos com o cartão de uma empresa americana, que tem filial em São Paulo, mas que não reconhecia o rapaz como funcionário e nem assumiu a autoria das compras.

O esquema – Segundo Rodrigues, ele usava cartões de crédito corporativos, com bandeira internacional, para pagar despesas de luxo e as transações eram feitas todas pela internet. “São cartões corporativos virtuais. Eles, na verdade, não têm essa forma física. Na verdade, é uma autorização que existe para as despesas. Eram cartões de empresas alheias. Ele chegou a relatar que fretou um jato da cidade de Londres a Nova York pelo preço de US$ 40 mil”, relatou.

De acordo com a investigação, após o cartão ser usado, o grupo rastreava a troca de informações e roubava os números de identificação e o código de segurança e armazenava os dados. A quadrilha criou uma companhia fictícia, com suposta sede nos Estados Unidos e o rapaz enviava uma solicitação pela internet, fazendo o pedido de reserva, com o número do cartão. “O que chama atenção é que ele colocava um telefone dessa empresa. Se fosse realizada uma consulta por parte do hotel, por exemplo, essa ligação ia direto para o computador dele. Ele mesmo atendia a ligação”, explica o delegado.

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