A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) está expondo duas toneladas de lixo, das 5,2 retiradas do Lago Paranoá, durante as ações da Semana Lago Limpo, realizada em parceria com órgãos como a Companhia de Eletricidade de Brasília (CEB) e a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), dentre outros. A ação é voltada para a o envolvimento e conscientização da população para o desenvolvimento de práticas sustentáveis. Para facilitar a coleta e possibilitar cobertura de uma área maior, a Adasa baixou o nível das águas.
A exposição das 2 toneladas de lixo ficarão expostas em uma rede de contenção, pendurada em um guindaste a 10 metros de altura, na QL 24, próximo à Ponte JK, como forma de alertar a população para a importância da coleta seletiva e após a mostra, o material passará por triagem e será distribuído às cooperativas de reciclagem. “Queremos provocar a sociedade, chamando a atenção para a necessidade de preservar esse lago de múltiplos usos que temos. É preciso que toda a comunidade se envolva na causa da preservação”, convida a organizadora da Semana Lago Limpo, Marcela Palma.
Presos ajudam – Para o mutirão de limpeza, 80 pessoas que cumprem pena e participam das atividades de ressocialização na Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap) forma recrutadas e fizeram o recolhimento de resíduos das margens e de dentro do lago nas áreas do Pontão, Ponte JK, Ponte das Garças, Ermida Dom Bosco e Barragem.
Para Hélio Sebastião Ferreira, representante da Funap a contribuição dos detentos, por meio do trabalho de recolhimento de materiais descartados nas águas do Lago Paranoá, é um ganho para a natureza, para a sociedade e para os próprios presos. “Eles estão aprendendo profissões e ajudando o meio ambiente. Aproximadamente 70% dos materiais que eles utilizam são recicláveis e isso faz com que a cidade fique mais limpa”, afirma.
Thiago Augusto, 23 anos, que cumpre pena por tráfico de drogas, disse acreditar que a atividade é importante para a transformação dos presos. “Pela primeira vez estou dando o exemplo do que é correto se fazer”. Já Roney Santana, preso pelo mesmo motivo aprovou a iniciativa e cobra para que esses projetos aconteçam com mais frequência. “Esse tipo de coisa ocupa a mente. Afasta a gente da criminalidade. Temos de ter mais trabalhos como esse”, ponderou.
Consciência – Durante a limpeza, vários tipos de material foi coletado. A maior parte é plástico, mas foram recolhidas até mesmo chassis de carros, sofás e roupas. Mais importante que resolver o problema seria não criá-lo e a coleta seletiva, além de ser um método simples, é eficiente para diminuir a incidência desse lixo. Também é importante lembrar de algo meio óbvio: lugar de lixo é no lixo.
Mutirão – Além da Semana Lago Limpo, o Lago Paranoá recebeu uma ajuda de um mutirão de limpeza, no trecho do Parque das Garças, no fim do Lago Norte. Esportistas brasilienses tiveram como resultado 50 sacos de lixo, de acordo com os organizadores. Cerca de 400 pessoas participaram do mutirão, de acordo com o administrador do Lago Norte, Jaime Recena. “Aproveitamos a baixa do volume de água para retirar o lixo e arrancar tocos que ficam enraizados. O mutirão também é uma forma de aproximar a comunidade”, afirmou Recena.