Nesta terça (21) os servidores técnico-administrativos da Universidade de Brasília (UnB) decidiram em assembleia suspender a greve da categoria iniciada há 72 dias, enquanto esperam a assinatura de acordo com o governo federal. Já a Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (AdUnB) encaminhou nesta segunda (20) uma proposta ao Comando Local de Greve (CLG) para a realização de uma nova assembleia para discutir a validade da decisão tomada na última sexta (17) sobre o fim da paralisação que durou quase três meses.
O CLG alega que a decisão é inválida, porque toda assembleia deve ser marcada com, pelo menos, 48 horas de antecedência e porque a decisão sobre a greve não fazia parte da pauta. As aulas não foram retomadas efetivamente, como esperado.
Técnicos – O Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub) informou que a previsão é que as atividades sejam retomadas na próxima segunda (27). De acordo com o coordenador-geral da entidade, Antônio Cesar de Oliveira Guedes, os servidores aguardam a assinatura de acordo com o governo federal para esta quarta (22). “Se não for assinado, como está previsto, vamos avaliar o retorno da greve em outra assembleia, marcada para quinta [23]”, afirmou ele.
O sindicato calcula que 85% dos 2.750 técnico-administrativos da UnB aderiram à paralisação. Serviços como o da biblioteca, da garagem e do restaurante universitário foram prejudicados.
Antônio Cesar disse ainda que os principais ganhos da categoria foram o reajuste de 15% até 2015 e os incentivos de qualificação e capacitação, que para ele representaram um pequeno avanço. “Não conseguimos recuperar a inflação desde 2010, época do último reajuste, mas acho que foi um ganho por causa da posição do governo, que insistia em não dar nada”, disse.
Professores – Na assembleia da última sexta (17) os professores da UnB decidiram colocar fim à greve que durava 89 dias em uma votação apertada: 130 professores foram favoráveis e 115 foram contrários ao término da paralisação. Uma parte dos docentes vem questionando a validade da decisão. Eles alegam que a decisão quanto aos rumos da greve não estava na pauta e a assembleia foi marcada para discutir o adiamento da eleição do novo reitor, prevista para ocorrer nesta semana.
Os docentes devem discutir o caso em um encontro marcado para esta sexta (24), por sugestão da AdUnB, que recebeu um requerimento da CLGF, que pretende de declarar a nulidade da votação que acabou com a greve. O pedido foi assinado por 230 professores.
De acordo com o decano de graduação da UnB, José Américo Garcia, com o fim da greve, o calendário de aulas da instituição deverá ser normalizado até o fim de 2013 e a previsão é que as aulas do primeiro semestre letivo deste ano sigam até 6 de outubro, mas o cronograma precisa ser aprovado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Graduação (Cepe) e o reitor da instituição, José Geraldo de Sousa Júnior, afirmou que não vai convocar o conselho porque a medida seria “precipitada no atual contexto”.