Professores da UnB encerram greve iniciada em maio em votação apertada

Publicado em: 17/08/2012

As aulas na Universidade de Brasília serão retomadas na próxima segunda (20). A decisão foi tomada em assembleia na tarde desta sexta (17), em uma votação apertada: 130 votos a favor do fim da paralisação e 115 contra. A greve foi iniciada em 21 de maio e, segundo a assessoria da Associação dos Docentes da UnB (Adunb), os docentes decidiram aceitar a proposta feita pelo governo, que prevê reajuste de até 45% para a categoria, dependendo do grau de titulação e do cargo ocupado. 

A Adunb informou que o calendário letivo deverá ser definido em uma reunião dos docentes na próxima semana. Como foram quase três meses de paralisação, a probabilidade é que os alunos tenham de estudar em período de férias e que os dias letivos de reposição terminem em fevereiro. 

Após a votação, alguns professores cogitaram pedir a anulação da assembleia, alegando que a decisão do fim da greve não estava na pauta da reunião desta sexta (17), mas a assessoria da Adunb afirmou que não existe possibilidade de anulação de assembleias. 

Proposta – O salário inicial de um professor com doutorado e dedicação exclusiva passará dos atuais R$ 7.627,02 para R$ 8.639,50, nos próximos três anos; o salário inicial dos professores iniciantes com mestrado e dedicação de 40 horas passa de R$ 3.137,18 para R$ 3.799,70; remuneração do professor titular com dedicação exclusiva, que corresponde ao topo da carreira,  passará de R$ 11,8 mil para R$ 17,1 mil. 

O governo ainda propôs diminuir a quantidade de níveis da carreira de professor universitário, de 17 para 13, alegando que assim facilitaria a progressão dentro da profissão. Com a proposta, o custo total previsto aos cofres do governo passou para R$ 4,2 bilhões até 2015.

 

Movimento nacional – A última proposta apresentada pelo governo prevê reajustes que variam entre 25% e 40% para todos os docentes, aplicados de forma parcelada até 2015 e a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), uma das entidades que representam os docentes das universidades federais, aceitou o acordo com o governo. 

A maior das associações da categoria, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), entregou nesta quinta (16) uma carta à presidenta Dilma Rousseff pedindo a reabertura das negociações. O Andes afirma que o reajuste proposto atinge a categoria de forma desigual e que causa distorções na carreira. 

O Ministério da Educação (MEC) divulgou nota reafirmando que as negociações com os sindicatos dos docentes estão encerradas e que não há hipótese de rever o critério da titulação na progressão. Pela proposta, professores doutores e com dedicação exclusiva tiveram o maior reajuste.

 

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