A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) pediu ao Ministério da Justiça um reforço da Força Nacional, para atuar principalmente nas divisas do DF. De acordo com o secretário Sandro Avelar, 133 homens da força de segurança vão começar a policiar as divisas a partir da primeira quinzena de setembro, para fazer o controle da entrada e saída de veículos no DF.
Deverão ser montadas barreiras nas 39 saídas do DF para as cidades do Entorno. Essa é a primeira vez que homens da Força Nacional vão atuar no DF. A previsão inicial é de que os 133 homens permaneçam três meses nas 39 saídas do DF. Depois disso, afirmou o secretário, haverá uma avaliação do trabalho realizado para considerar a necessidade de prorrogar a presença deles nas barreiras. Segundo ele, os quadros das polícias civil e militar estão defasados e o objetivo é reforçá-los em mil homens a cada ano até 2014. Atualmente, a Polícia Militar conta com 15 mil servidores e a Polícia Civil com 6 mil.
Segundo Avelar, o GDF está trabalhando para reduzir a criminalidade, especialmente em relação ao tráfico e consumo de drogas. “Nós pretendemos coibir a entrada de entorpecentes no DF e também controlar a saída de veículos roubados, usados nos sequestros-relâmpagos”, disse Avelar. Levantamento da SSP-DF indica que entre 1º e 24 de agosto, o DF teve 42 casos de sequestros-relâmpago. “Muitas pessoas vêm de fora, cometem o crime e levam os carros para fora do Distrito Federal”, disse ele, afirmando ainda que o objetivo é ter o controle das regiões de divisa.
Trabalho pontual – Segundo Avelar, o trabalho realizado pela Força Nacional será pontual e se concentrará em impedir a entrada de drogas, especialmente pasta-base para a produção de cocaína, e a saída de carros roubados. “Temos uma estatística preocupante. Um de cada três roubos de veículos, desse que se considera sequestro-relâmpago, é cometido por pessoas do Entorno”, afirma. Na avaliação do secretário, com o efetivo do DF haveria condições de fazer este trabalho, mas existe uma carência no quadro de policiais que deve ser suprida.
O secretário disse que o reforço foi oferecido ao DF por órgãos da Presidência da República em reunião realizada no dia 2 de agosto e que a vinda dos agentes não teria relação com o sequestro-relâmpago sofrido pela filha do ministro da Pesca, Marcelo Crivella, na semana passada. O secretário também afirmou que a divulgação da atuação da Força Nacional não causou desconforto com as polícias Civil e Militar. “Nossa prioridade é a população do DF. A gente não pode ficar preocupado com esse tipo de melindre”, disse.