A Polícia Federal (PF) informou que após analisar as imagens das câmeras de segurança e cruzar as informações dadas pelos familiares e testemunhas, foram feitos os retratos falados de dois suspeitos da morte do agente federal Wilton Tapajós Macedo, morto na terça (17), no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília (+aqui). A polícia já descartou a possibilidade de latrocínio.
O carro do policial, que foi levado pelos assassinos, ainda não foi encontrado e segundo a PF, um dos suspeitos pode ser preso a qualquer momento. O corpo de Wilton Tapajós está sendo velado e será enterrado nesta quinta (19) no Cemitério Campo da Esperança, mesmo local onde ele foi morto.
A PF abriu inquérito para apurar o crime nesta quarta (18) (+aqui) e a 1ª Delegacia de Polícia Civil da Asa Sul investigam paralelamente o caso, mas a delegada responsável pelo caso, Mabel de Faria disse que só vai se pronunciar após a conclusão das investigações e evita divulgar maiores informações, para não prejudicar os trabalhos.
Investigações – As investigações seguem duas linhas. Numa das hipóteses, a execução do policial teria sido por motivo de vingança e a outra por dívidas adquiridas, quando Wilton Tapajós se candidatou a Deputado Distrital há dois anos. Os familiares e pelo menos três funcionários do cemitério já foram ouvidos pela polícia.
Segundo o laudo preliminar de balística, o policial levou dois tiros de revólver calibre 38, sendo que o primeiro foi na nuca, disparado à média distância e foi fatal. O segundo disparo foi na têmpora, à queima-roupa. Essas características dos tiros teriam reforçado a hipótese de que o agente foi executado e mostrariam que o crime pode ter sido cometido por profissionais.
Segundo informações da 1ª DP, o agente Tapajós teria sofrido ameaças e até registrado ocorrência na Corregedoria da Polícia Federal (PF) após ser perseguido por um carro na saída de um shopping de Brasília.
Monte Carlo – O assassinato de Tapajós chamou a atenção, devido ao fato de a vítima ter trabalhado na Operação Monte Carlo, comandada pela Polícia Federal e responsável, também, por investigar a atuação do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o que fez com que a polícia levantasse a hipótese de uma execução.
Nesta quarta (18), o presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), afirmou em coletiva à imprensa que, se for preciso, a CPMI vai investigar a morte do policial federal Wilton Tapajós Macedo, mas qualquer medida do Congresso Nacional só será tomada depois da conclusão dos trabalhos da Polícia Federal. “Inicialmente é um caso da polícia. Eu já acionei órgãos de acompanhamento da PF, temos à disposição da CPI delegados e vamos acompanhar. Eles vão prestar esclarecimentos à presidência e, de acordo com o desenrolar dos fatos, a presidência tomará providências”, afirmou.
Insegurança – Ao se pronunciar sobre o caso, o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do DF (Sindipol-DF) Jones Leal, disse que os agentes da Polícia Federal não têm segurança alguma no exercício da profissão e que dois colegas do agente assassinado pediram apoio do sindicato, relatando que temem ter o mesmo fim que o colega.
Embora a polícia ainda não tenha identificado a motivação do crime, o presidente do Sindipol acredita também na hipótese de execução. Para Leal, a atividade policial está sucateada e precisa de mais segurança. “Quando um policial federal é ameaçado, o máximo que acontece com ele é transferência de local de trabalho. Precisamos de um amparo maior”, afirmou.