Agnelo surpreende e oferece quebra de seus sigilos à CPMI

Publicado em: 13/06/2012

Agnelo Queiroz (PT) chegou ao Senado Federal para depor à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira sob protestos contrários e a favor, por volta das 10h15 desta quarta (13). Após abrir os trabalhos, o presidente da CPMI, senador Vital do Rego (PMDB-PB) passou a palavra para que ele fizesse sua defesa prévia, que foi centrada na comparação entre as datas das gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal e os fatos documentados, segundo ele.

No fim de seu preâmbulo, Agnelo ofereceu à Comissão a quebra de seus sigilos bancários, fiscal e telefônicos, informando que colocou esta decisão nas mãos do procurador geral da República, Roberto Gurgel, há mais de uma semana.

Delta – Agnelo fez questão de frisar que o único contrato que o GDF tem com a empresa Delta é para o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e foi iniciado em dezembro de 2010 e que o então governador Rogério Rosso encaminhou documento pedindo a prorrogação temporária do serviço prestado pela Delta.

Ainda de acordo com ele, no dia 26 de janeiro de 2011 foi iniciada uma auditoria em contratos, inclusive o da SLU. “Exatamente 26 dias depois da minha posse, o GDF começou uma auditoria exatamente no contrato do lixo, muito antes da operação Monte Carlo vir à tona”, ressaltou.

Segundo ele, após resolver os problemas identificados pela auditoria na SLU, como por exemplo, a falta de uma balança no aterro sanitário para pesar o que era recolhido, começou a haver uma economia de um milhão em um mês.

Agnelo lembrou ainda que o inquérito mostra que nenhuma das tentativas de infiltração do grupo de Cachoeira no GDF vingou: dominar a fiscalização do lixo da Delta, regularizar a situação fundiária da Fazenda Gama e o controle da bilhetagem do sistema público de transporte.

Imprensa – Outro ponto que o governador Agnelo fez questão de destacar, foi a “cronologia dos fatos, que infelizmente não foi vista por alguns veículos de imprensa”, ressaltou ainda que, em alguns dos áudios da PF, Cachoeira e seus comparsas comentavam denúncias antes da publicação de reportagens de revistas como Veja e Época, apontando ainda que em algumas das escutas, o grupo do contraventor fez comentários do tipo “agora ele cai”, “pode avisar que é pra continuar a bater”.

Além disso, o governador do DF disse que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) era uma parte importante da “orquestração contra ele”, já que era Cachoeira quem coordenava os pronunciamentos contra Agnelo no senado.

Lembrou ainda que há gravações que a imprensa não publicou, em que ele era reiteradamente atacado e questionou: “se Cachoeira tivesse acesso ao governador, porque precisava aliciar funcionários da base?” – não conseguiu legalizar nada na Terracap, um dos setores onde o contraventor tentou incidir. O governador destacou ainda uma das falas de uma intervenção telefônica de março de 2011, onde o araponga Idalberto Matias, o Dadá diz: “Os caras nomearam só inimigo da Delta. O que esse povo me ajudou até hoje? Ninguém nomeou nem gari”.

Agnelo disse também que não há nenhum áudio que o envolva com o esquema de Cachoeira e que os citados em gravações ligados ao GDF estão passando por processo administrativo e tiveram seus sigilos fiscal e bancário quebrados e que nenhum servidor do atual governo está entre os indiciados pela Operação Saint Michel.

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