A presidenta Dilma Rousseff (PT) vai doar ao grupo Tortura Nunca Mais a indenização no valor de R$ 20 mil, que deve receber do governo do Rio de Janeiro por ter sido interrogada e torturada no estado durante a ditadura militar. A informação foi divulgada nesta sexta (18) pelo porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann.
Dilma será indenizada junto com outras 244 pessoas. Das 1.113 vítimas do regime ou herdeiros que entraram com pedidos de reparação, 895 tiveram os processos aprovados pela comissão especial criada para analisar os casos, e 650 já foram indenizadas. O requerimento foi feito por Dilma em 2004, e além do Rio, a presidente também pediu reparação em São Paulo e em Minas Gerais, estados onde foi interrogada, processada, julgada e condenada.
A presidenta fez parte da luta armada contra a ditadura na organização VAR-Palmares. Em 16 de janeiro de 1970, ela foi presa por subversão. Foi brutalmente torturada, submetida a choques e pau de arara. Acabou condenada a quatro anos de prisão.
O governo do Rio de Janeiro vai fazer uma solenidade oficial para o pedido de desculpas e a entrega da indenização às vítimas da ditadura, no dia 4 de junho, às 16h, no estádio Caio Martins, em Niterói, na Região Metropolitana, mas a presidenta ainda não confirmou presença.
O grupo Tortura Nunca Mais foi fundado em 1985, no Rio de Janeiro, por ex-presos políticos, que viveram situações de tortura durante o regime militar e por familiares de mortos e desaparecidos políticos e atua na defesa dos direitos humanos e na luta pelo esclarecimento das circunstâncias de morte e desaparecimento de militantes políticos.