Um laudo elaborado pelo médico legista George Sanguinetti sobre a morte de Marcelo Dino, filho do presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Flávio Dino divulgado nesta segunda (23) contesta o laudo da perícia feita pelo Instituto Médico Legal (IML) de Brasília, divulgado no início da semana passada. Sanguinetti é conhecido por realizar perícias particulares em casos polêmicos, atuando ao lado da defesa dos réus em casos como a suposta morte da ex-namorada do goleiro Bruno, do Flamengo, e da menina Isabella Nardoni.
De acordo com Sanguinetti, o laudo foi feito por ele, a pedido do Hospital Santa
Lúcia em Brasília, onde o garoto de 13 anos morreu no dia 14 de fevereiro, um dia depois ser internado, após o agravamento de uma crise de asma. O hospital informou que não irá comentar o assunto. A família do garoto alega que houve negligência no atendimento. O hospital nega.
Duas versões – O laudo do IML apontou que o adolescente morreu por asfixia e possuía secreções gástricas no pulmão. Sanguinetti contesta e aponta que a morte do garoto teria sido causada por “asfixia desencadeada por crise asmática grave”, descartando a possibilidade apontada no laudo do IML. O legista afirma ainda que o IML não realizou exames nas secreções encontradas nos pulmões para comprovar que se tratava de vestígios de alimentos no estômago de Marcelo. O legista enviou documento preliminar ao hospital, para encaminhamento ao Ministério Público.
A versão do legista para as secreções é de que seria fibra muscular da própria traqueia. Para Sanguinetti, é impossível que houvesse vestígios de alimentos em Marcelo depois de tantas horas de internação tomando apenas soro, sem que o garoto tivesse sido alimentado. Ainda segundo o legista, a médica Izaura Costa Rodrigues, indiciada por homicídio culposo no dia 13 de abril, tenha sido negligente ou imprudente. “Ela se ausentou da UTI, mas estava numa sala anexa, no mesmo andar. Era só a enfermeira chamar e ela estava voltando. Não tinha como reverter o quadro de asfixia”, disse.
Resposta da família – O pai de Marcelo nega que o filho tenha ficado sem se alimentar na noite anterior à morte. Segundo ele, “Marcelo jantou arroz, carne, batata e suco de laranja” e isso consta no prontuário e foi confirmado por duas enfermeiras e uma auxiliar de enfermagem.
Para Flávio Dino, a demora no atendimento no momento da crise respiratória representou um fator determinante para a impossibilidade de reanimá-lo, independente da causa da crise respiratória. “Seja por aspiração de alimento ou medicação indevida, houve imperícia e negligência por conta dos dez minutos entre o início da crise respiratória e o momento da entubação”, afirma.
Flávio diz ainda que considera um “disparate” a afirmação de Sanguinetti de que o IML tenha cometido um erro grosseiro. “Impressiona-me que o Hospital Santa Lúcia tenha contratado um médico que defendeu pessoas como o goleiro Bruno e o casal Nardoni, acusados de assassinatos que chocaram a sociedade”, declarou.
Com informações do portal G1.