Na manhã deste domingo (15), cinco fazendas foram ocupadas por indígenas em Pau Brasil, no Sul da Bahia. Há informações de grande tiroteio entre os índios e seguranças das propriedades, segundo Sagro Dantas, chefe de investigação da Polícia Civil na região do conflito. No sábado (14), cerca de 40 índios da tribo Pataxó Hã Hã Hãe haviam ocupado outras duas fazendas.
Sagro Dantas afirmou ainda que os índios estariam usando funcionários das fazendas como escudo humano e que os seguranças estariam encurralados nas sedes das fazendas. Além disso, o gerente de uma das fazendas estaria sendo mantido refém, junto com um trabalhador.
A polícia afirma que não dispõe de efetivo para enviar ao local do confronto, já que em Pau Brasil há apenas dois policiais militares, além dele que é da polícia Civil. Segundo Sagro, as polícias Civil e Militar não têm autorização para intervir na área. Só a Polícia Federal (PF). “A área é Federal e nós não podemos atuar. Caso a Polícia Federal venha e solicite o nosso apoio, estamos aqui para dar o suporte” afirmou.
O delegado Fábio Marques avisou que a Polícia Federal só irá tomar qualquer tipo de ação sobre o caso na segunda (16) e Francesco Santana, delegado do município de Itaju do Colônia, que também responde por Pau Brasil informou que não irá deslocar equipes para o local do conflito.
Briga por terras – O conflito entre indígenas e fazendeiros é antigo. De acordo com um relatório da Fundação Nacional do Índio (Funai), as terras fazem parte do território indígena e as tribos que vivem na região pedem que sejam anulados os certificados de propriedade de fazendeiros. O conflito já dura aproximadamente três décadas.
Os índios reclamam 54 mil hectares, entre os municípios de Camacã, Pau Brasil e Itajú do Colônia no Sul da Bahia, que constam no relatório da Funai como reserva da Aldeia Pataxó. Há informações de que só neste ano de 2012, os Pataxós já ocuparam 52 fazendas.
A questão será decidida pelo Supremo Tribunal Federal. O julgamento chegou a ser marcado em novembro do ano passado, mas foi adiado a pedido do Governo da Bahia que alegava falta de segurança para o cumprimento da decisão.