Nesta segunda (02), representantes de alunos da rede pública de ensino do Distrito Federal fizeram uma manifestação no Paranoá, endossando seu apoio à greve dos professores, iniciada no dia 12 de março. Em passeata, os estudantes pediam que o GDF atenda às reivindicações dos docentes, para que as aulas voltem à normalidade. Nesta terça (03), a categoria decidiu pela manutenção da greve, em assembleia.
A manifestação, do Centro de Ensino Médio Nº 1, foi feita após reunião com o Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), realizada na semana passada. “Tivemos uma reunião com o Sinpro, para mostrar como os alunos estão sendo prejudicados com a greve e decidimos unir forças para pressionar o governo, que precisa atender a pauta de reivindicações dos professores com urgência. Os estudantes não podem mais ficar sem aula”, disse a estudante Jaciane Pereira, que coordena o movimento estudantil no Paranoá.
Para Fernando Reis, diretor de Relações Institucionais do Sinpro-DF, o apoio do movimento estudantil fortalece o movimento grevista. “A gente não faz o movimento grevista contando apenas com o apoio dos professores. É necessário que a comunidade se mobilize, uma vez que também está insatisfeita com o ensino público no DF. E os alunos sabem bem das dificuldades que enfrentamos diariamente”, disse.
Greve – O movimento teve adesão de 70% segundo o Sinpro-DF, e de 35%, de acordo com a Secretaria de Educação do DF. No total, a rede pública de ensino conta com 649 escolas, onde estudam 540 mil alunos.
A diretora do Sinpro, Rosilene Correa garante um esforço a fim de evitar que os alunos sejam prejudicados com o atraso no conteúdo. “Temos o compromisso de fazer reposição. Trabalharemos no sábado ou no recesso para fazer essa reposição com qualidade”, afirmou.
Na semana passada, a Secretaria de Planejamento reafirmou o corte de ponto dos professores que estão fora de sala de aula, mas o desconto só será feito a partir de maio. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, o GDF mantém a decisão de não oferecer ajuste salarial, mas não pretende entrar na Justiça contra o movimento grevista.
Reivindicações – Os professores reivindicam aumento salarial para 2013 e 2014. O Sinpro alega que o reajuste concedido em 2011, de 13,83%, equivale ao crescimento do repasse do Fundo Constitucional do DF. Os professores também querem a implantação do plano de saúde para os servidores, convocação dos docentes aprovados em concurso e a reestruturação do plano de carreira com isonomia salarial em relação aos demais cargos distritais de ensino superior.
Por seu turno, o GDF alega não ter como reajustar salários sem ultrapassar os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. O governo diz ainda ter reajustado o auxílio-alimentação em 55%, elevando o valor para R$ 307 e diz ter oferecido um plano de reestruturação da carreira em outubro do ano passado, mas que a proposta foi rejeitada pelo sindicato. Ainda segundo o GDF, 400 professores concursados que aguardavam nomeação foram convocados.
Com informações do G1.