DEM anuncia processo que pode resultar na expulsão do senador Demóstenes

Publicado em: 03/04/2012


 

Nesta segunda (02), o presidente nacional do DEM, senador Agripino Maia (RN), anunciou a abertura de um processo disciplinar interno no partido, que poderá resultar na expulsão de Demóstenes Torres (GO) da legenda, após descoberta do envolvimento do senador com o bicheiro Carlos Augusto Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal em fevereiro, acusado de comandar o esquema de jogo ilegal em Goiás.

Na semana passada, o colunista da Rede Bandeirantes, ao aventar a saída do senador do partido, brincou questionando se ele passaria a assinar apenas “Óstenes”, se perdesse o DEM. Piadas à parte, O partido cobrou explicações de Demóstenes e queria que ele apresentasse justificativas, ou fizesse um pronunciamento na tribuna do Senado, mas o senador argumenta que precisa de tempo para analisar o processo ao qual responderá no Supremo Tribunal Federal (STF) e não deu um prazo para dar explicações.

Agripino Maia (RN), presidente nacional do DEM, quando anunciou a abertura do processo, que segundo ele será aberto na terça (13), após o feriado. O partido irá nomear um relator, e Torres terá sete dias consecutivos para fazer a própria defesa.  

De acordo com Maia, se Torres acabar expulso do DEM, o partido não reivindicará a vaga no Senado porque o caso não é de infidelidade partidária. Segundo ele, o partido considera a conduta ética “sagrada” e lamenta o ocorrido com o colega. “O Demóstenes é uma figura estimada. É uma decepção. Nós todos lamentamos”, afirmou. Já segundo o líder do DEM na Câmara, deputado ACM Neto (BA), o clima no partido é ruim e o partido está “perplexo” com o senador.

Partido – Agripino divulgou uma carta enviada a Demóstenes, onde justifica a abertura do processo disciplinar e fala dos indícios de envolvimento dele com Cachoeira. Na mensagem, Agripino diz que o houve “desvio reiterado do programa partidário, principalmente no que diz respeito à ética” e que o partido não admite tais condutas, tornando “inevitável a instauração do pertinente processo ético disciplinar para o fim de promover a aplicação da sanção prevista no Estatuto, qual seja a expulsão do partido”.

Senado – Já no senado, o assunto deve ser discutido no próximo dia 10, quando o Conselho de Ética da Casa escolherá um novo presidente e após isto, deverá analisar o pedido do PSOL de investigação de Demóstenes por suposta quebra de decoro parlamentar. Esta investigação poderá resultar na cassação do mandato de Torres, depois de análise do relatório do conselho pelo plenário.

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