Bons ventos não parecem soprar para o governo no Senado Federal. Nesta quarta (14) o líder do Partido da República no Senado, Blairo Maggi (MT), anunciou o rompimento da bancada de senadores com o governo e que a partir de agora os sete senadores do PR fazem oposição ao governo, pelo fato de não terem nenhum ministério. Em seu site Maggi afirmou que o governo tem empurrado o PR com a Barriga. “Cansei”, posta.
Maggi afirmou que o motivo do rompimento é a indefinição sobre a volta do partido ao controle do Ministério dos Transportes, porque desde julho do ano passado, o senador Alfredo Nascimento (PR-AM) deixou o cargo, após denúncias de irregularidades e Paulo Sérgio Passos (PR) que está no comando da pasta não é reconhecido pelos senadores como indicação do partido. Após uma reunião com Ideli Salvatti, ministra das Relações Institucionais não dar o resultado que o partido queria, anunciaram a saída da base aliada.
Ainda segundo Maggi, a decisão não é uma oposição raivosa. "Estávamos negociando a volta do PR ao Ministério dos Transportes. Sempre deixamos claro que era isso que queríamos. Voltamos a negociar, mas, não tivemos resposta. Hoje conversamos com a Ideli e decidimos que não tem como seguir nessa negociação. Avisamos ao governo para não contar mais com o PR da forma disponível como contava. Significa que estamos neste momento na oposição. Não significa que é uma oposição raivosa, mas é uma oposição", declarou.
O PR deve se juntar agora ao PSDB, DEM e PSOL na oposição no Senado, somando 23 senadores na oposição. A casa conta com 81 e os restantes 58 senadores, são aliados ao Planalto, o que significa que o governo ainda conta com número suficiente para aprovar suas demandas, inclusive propostas de emenda à Constituição onde são necessários em que são necessários 49 votos.
Para ler as declarações de Maggi, clique aqui.
Independência – O líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), afirmou que a decisão anunciada por Blairo Maggi “não reflete a posição do partido”. Ele disse ainda que não sabe qual será a posição da presidente Dilma a partir da postura dos senadores do PR. “Não se trata de uma posição do partido, é uma posição do Senado”, disse avisando que na Câmara, o PR continuará a adotar uma postura de independência e na Câmara, o diálogo sobre retorno à base aliada não passa por indicação ao Ministério dos Transportes. “Passa por um entendimento, um acordo político”, declarou.
Na Câmara, a bancada do PR é composta por 37 deputados. De acordo com Lincoln Portela, a orientação da legenda é aprovar projetos de “interesse nacional”, independentemente da posição do governo.
Foto, Sheyla Leal.