Ao que parece, não é a primeira vez que o empresário Thor Batista se envolve em acidente de trânsito que vitimou o ciclista Wanderson Pereira dos Santos, 30, na noite do último sábado (17). O rapaz já teria atropelado um outro ciclista em maio de 2011. A vítima, seria um idoso que trafegava de bicicleta pela avenida Sernambetiba, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, segundo o colunista do jornal "O Globo" Ancelmo Gois, que informou ainda que a vítima teria sido levada pelo Samu para o hospital Lourenço Jorge.
O filho de Eike teria prestado socorro e custeado todas as despesas médicas e o senhor atropelado teria fraturado uma parte da bacia, sendo preciso colocar duas placas e cinco parafusos. Ainda segundo Ancelmo, a família do idoso, não registrou boletim de
ocorrência nem pediu indenização pelo acidente. Já o setor de investigação da 61ª DP em Xerém informou que não há nenhuma menção a acidentes anteriores na íntegra do depoimento que o filho do bilionário Eike Batista prestou na última quarta (21).
Muitas multas, muitos carros – Segundo o Departamento de Trânsito (Detran), Thor acumulou mais de 40 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) entre dezembro de 2010 e outubro de 2011. O Detran está investigando a responsabilidade do jovem empresário no atropelamento e na morte de Wanderson Pereira dos Santos, argumenta que uma exigência legal o impede de “divulgar dados e anotações sobre os cidadãos que recorrem aos seus serviços ou que sejam autuados em infração de trânsito”.
O advogado do rapaz, Celso Vilardi afirma que as multas seriam decorrentes de uma constante troca de veículos. “A habilitação dele é válida. Todo mundo sabe que o Thor tem muitos carros e anda com seguranças a maior parte do tempo. Ele se desfez de alguns e isso pode ter causado alguma confusão junto ao Detran. Outras pessoas podem estar recebendo multas, mas os veículos ainda estão em nome do Thor. Se houve algum erro, foi por parte do Detran, que não enviou nenhuma notificação”, afirmou.
A culpa é da vítima – O delegado que acompanha o caso, Mário Arruda, da 61ª DP afirmou na quarta (21), que as circunstâncias iniciais da investigação sobre o atropelamento e morte de Wanderson Pereira dos Santos indicam que a vítima estava “no meio da pista”, não no acostamento, mas não descarta a possibilidade de que os laudos periciais apontem a culpa do condutor. “O que eu posso dizer é que a marca da frenagem, no local do acidente, parte do centro da pista para o canto", disse o delegado. Já Cléber Carvalho, advogado que representa a família do ciclista, disse ter testemunhas de que o ciclista trafegava no acostamento.
Arruda disse ainda que não levará em consideração os pontos acumulados na carteira de motorista do filho de Eike. “Essa informação é um indício em muitos casos, mas o cidadão pode ter sido multado 20 vezes e isso não quer dizer que ele não estivesse dirigindo dentro dos limites naquele momento”, argumentou.
De acordo com o delegado, Thor só será indiciado por homicídio culposo, com pena que varia de 2 a 4 anos de prisão, se o exame pericial constatar que ele estava acima da velocidade permitida na rodovia Washington Luiz, que é 110 km/h.
Perícia e bafômetro – Arruda afirmou ainda que o carro foi periciado no local do acidente e passou por uma segunda perícia na casa do jovem e que o laudo do ICCE deve ficar pronto daqui a 20 dias. A polícia avalia a possibilidade de uma terceira perícia. Vale lembrar que o veículo foi liberado momentos depois da colisão e que o advogado assinou um termo onde se comprometia a manter o carro como estava na hora do acidente.
O filho de Eike estava em companhia de um amigo no dia do acidente e após o atropelamento os dois foram a um posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) próximo ao local do acidente e pediram socorro, foram submetidos ao teste do bafômetro, cujo resultado deu negativo, e foram liberados em seguida.
Com informações do Uol e de O Globo.