Nesta terça (27), o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) cedeu à pressão da enxurrada de denúncias que o ligam a Carlos Augusto Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira e renunciou à liderança do Democratas no Senado. Nos últimos dias, várias acusações de irregularidades e suspeitas de corrupção foram levantadas contra o senador e divulgadas na mídia, ligando o parlamentar com o empresário preso pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, acusado de chefiar uma quadrilha de exploração de jogos ilegais.
A renúncia foi feita por carta onde Torres diz que pede o afastamento para acompanhar a evolução dos fatos noticiados nos últimos dias. O DEM tem dialogado com outros senadores e com o próprio Demóstenes, tentando evitar abertura de processo no Conselho de Ética do Senado, o que poderia levantar a possibilidade de quebra de decoro parlamentar, que poderia resultar na cassação do mandato.
O DEM ainda não indicou um novo líder e deverá fazê-lo após reunir sua bancada de cinco senadores nos próximos dias. Quem assume o comando interinamente é o vice-líder, senador Jayme Campos (DEM-MT). De acordo com o presidente do DEM, senador José Agripino (RN), a saída de Torres da liderança só deveria ocorrer se houvesse uma denúncia formal da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas admitiu que a situação incomodava a legenda, mas segundo ele, o partido ainda não analisa a possibilidade da expulsão de Torres do partido.
Cachoeira ainda preso – Enquanto isso, no outro lado da linha, o empresário goiano Carlinhos Cachoeira permanecerá preso, por decisão unânime da Terceira Turma do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, divulgada nesta segunda (26).
Para o relator do pedido de habeas corpus de Cachoeira, desembargador Fernando Tourinho Neto, “é preciso manter a ordem pública” e como existem indícios de grande extensão de atuação da organização criminosa, “inclusive com envolvimento de ocupantes de cargos públicos de alto escalão”, Cachoeira permanece detido.
O julgamento do bicheiro foi iniciado no último dia 19, mas devido a um pedido de vista da desembargadora Assusete Magalhães, foi prorrogado.