Por Eldo Gomes – Sem pensar no futuro. O Governo do Distrito Federal – GDF, lançará no dia 07 de março, edital para implantação de aterro sanitário em Samambaia, cidade que é cercada por nascentes com várias áreas de proteção ambiental. Os comerciantes da cidade, artistas e a juventude repudia esta ação.
Localizada há mais de 25 km de Brasília, Samambaia, cidade que o nome se deu origem por causa da vegetação nativa nos córregos que banham a cidade, conta hoje com três parques ecológicos, localizado em áreas de proteção ambiental e poderá receber um aterro sanitário, em outras palavras “Lixão”. Veja a campanha da cidade ‘Verde – Samambaia’ http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=6v8ZC9zhj2U
“Um aterro sanitário que vai receber lixo de 30 cidades, nossa é muito peso e impacto só pra Samambaia, nós não merecemos isso, acredito que cada cidade deveria ter o seu e a população precisa ser ouvida”, comenta Maria Coelho, líder comunitária e coordenadora de projetos em prol de melhorias para expansão de Samambaia.
Os deputados Roney Nemer e Celina Leão, foram os únicos que aderiram a campanha ‘Samambaia Verde’ e saíram de seus gabinetes para ouvir a comunidade, porém, nada fizeram, nenhum documento ou ação jurídica em relação ao ato de fiscalizar estes.
“É uma revolta ver uma cidade verde, bela, que está em amplo desenvolvimento receber um lixão, assim, sem nem realizar audiência pública, ouvir a comunidade, parece até que não há democracia”, Eldo Gomes, jornalista, blogueiro e defensor do meio ambiente.
Lixo de 31 cidades jogados em Samambaia – que tem três parques ecológicos
O Governo do Distrito Federal não fez nenhum estudo sobre o impacto ambiental desta obra em Samambaia, porém, seria necessário um estudo para avaliar os danos que este aterro poderia gerar na cidade. O Distrito Federal possui várias áreas desocupadas, que poderiam abrigar este projeto,porém, a briga do Governador Agnelo Queiroz parece ser particular com a cidade de Samambaia.
Atualmente o Parque Ecológico Gatumé, que tem recursos aprovados na Câmara Legislativa do Distrito Federal de mais de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para implementação de obras na região, porém, está abandonado e nãotem recebido nenhuma assistência no governo.
Falta democracia de quem está com o poder
A discussão saiu da esfera exclusiva da Secretaria do Meio Ambiente e do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e passou a ser tratado como interesse de Estado, sob a coordenação do secretário de Governo, Paulo Tadeu,que não chegou a fazer nenhum encontro com a população para que a mesma possa ser ouvida.
Indecisão sobre qual empresa destruirá o futuro das águas em Samambaia As regras estão previstas no “Programa Brasília Sustentável”,financiado com recursos do Banco Mundial (Bird). A tendência é que a administração de Agnelo mantenha as regras do governo anterior, mas o governador ainda não anunciou uma decisão oficial. Empresários influentes têm procurado integrantes do governo para apresentar os prós e os contras. É provável que as empresas que hoje atendem o GDF — a Delta Construções e a Valor Ambiental — disputem o negócio.
Caso a opção seja por concessão, uma concorrência definirá a empresa que vai arcar com o custo da obra, tendo o direito de explorar o aterro, a ser implantado em Samambaia.O governo pagará uma tarifa pela prestação do serviço por tonelada de lixo.Vence a licitação quem apresentar o menor preço.
“Aqui ele foi o menos votado, por isso, quer castigar a população”, comentou a moradora Maria do Socorro, que está preocupada com o mal cheiro, os vários insetos e a desvalorização do meio ambiente em sua cidade.
Impacto ambiental
Samambaia hoje tem várias nascentes que colaboram com o abastecimento da própria cidade. Além disso, existem áreas agrícolas que também fornecem alimentos e hortaliças para população, com a chegada o lixão, tudo estará em risco. Receber o lixo de 31 cidades é antidemocrático para uma população com mais de 200 mil moradores.
Saiba mais sobre a vegetação nativa do Parque Gatume – de Samambaia
A Mata de Galeria do córrego Gatumé é do tipo não inundável, ocorrendo sobre terreno acidentado. Estreita e encaixada, apresenta alguns trechos fortemente inclinados, formando barrancos altos. Por esta característica de relevo, a transição para o cerrado é direta, com espécies do cerrado penetrando e se estabelecendo na borda da Mata.
A flora da Mata do Gatumé é composta por Cheilocliniumcognatum (bacupari-da-mata), gonçaloalves (Astroniumfraxinifolium), Zanthoxylumrhoifolium (mamica-de-porca), Myrcia tomentosa goiabeira-do-campo), Byrsonima laxiflora (murici),Platybodium elegans (jacarandá), Alibertia sessilis (marmelada-de-cachorro), Emmotumnitens (sobre), Hirtella gracilipes (quebra-culhão), Crhysophyllum marginatum, olho-de-boi(Diospyros hispida) e outras.