Aterro Sanitário poderá afetar áreas de proteção ambiental de Samambaia

Publicado em: 05/03/2012

 

 

Por Eldo Gomes – Sem pensar no futuro. O Governo do Distrito Federal – GDF, lançará no dia 07 de março, edital para implantação de aterro sanitário em Samambaia, cidade que é cercada por nascentes com várias áreas de proteção ambiental. Os comerciantes da cidade, artistas e a juventude repudia esta ação.

Localizada há mais de 25 km de Brasília, Samambaia, cidade que o nome se deu origem por causa da vegetação nativa nos córregos que banham a cidade, conta hoje com três parques ecológicos, localizado em áreas de proteção ambiental e poderá receber um aterro sanitário, em outras palavras “Lixão”. Veja a campanha da cidade ‘Verde – Samambaia’ http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=6v8ZC9zhj2U

Um aterro sanitário que vai receber lixo de 30 cidades, nossa é muito peso e impacto só pra Samambaia, nós não merecemos isso, acredito que cada cidade deveria ter o seu e a população precisa ser ouvida”, comenta Maria Coelho, líder comunitária e coordenadora de projetos em prol de melhorias para expansão de Samambaia.

Os deputados Roney Nemer e Celina Leão, foram os únicos que aderiram a campanha ‘Samambaia Verde’ e saíram de seus gabinetes para ouvir a comunidade, porém, nada fizeram, nenhum documento ou ação jurídica em relação ao ato de fiscalizar estes.

É uma revolta ver uma cidade verde, bela, que está em amplo desenvolvimento receber um lixão, assim, sem nem realizar audiência pública, ouvir a comunidade, parece até que não há democracia”, Eldo Gomes, jornalista, blogueiro e defensor do meio ambiente.

Lixo de 31 cidades jogados em Samambaia – que tem três parques ecológicos

O Governo do Distrito Federal não fez nenhum estudo sobre o impacto ambiental desta obra em Samambaia, porém, seria necessário um estudo para avaliar os danos que este aterro poderia gerar na cidade. O Distrito Federal possui várias áreas desocupadas, que poderiam abrigar este projeto,porém, a briga do Governador Agnelo Queiroz parece ser particular com a cidade de Samambaia.

Atualmente o Parque Ecológico Gatumé, que tem recursos aprovados na Câmara Legislativa do Distrito Federal de mais de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para implementação de obras na região, porém, está abandonado e nãotem recebido nenhuma assistência no governo.

Falta democracia de quem está com o poder

A discussão saiu da esfera exclusiva da Secretaria do Meio Ambiente e do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e passou a ser tratado como interesse de Estado, sob a coordenação do secretário de Governo, Paulo Tadeu,que não chegou a fazer nenhum encontro com a população para que a mesma possa ser ouvida.

Indecisão sobre qual empresa destruirá o futuro das águas em Samambaia  As regras estão previstas no “Programa Brasília Sustentável”,financiado com recursos do Banco Mundial (Bird). A tendência é que a administração de Agnelo mantenha as regras do governo anterior, mas o governador ainda não anunciou uma decisão oficial. Empresários influentes têm procurado integrantes do governo para apresentar os prós e os contras. É provável que as empresas que hoje atendem o GDF — a Delta Construções e a Valor Ambiental — disputem o negócio.

Caso a opção seja por concessão, uma concorrência definirá a empresa que vai arcar com o custo da obra, tendo o direito de explorar o aterro, a ser implantado em Samambaia.O governo pagará uma tarifa pela prestação do serviço por tonelada de lixo.Vence a licitação quem apresentar o menor preço.

Aqui ele foi o menos votado, por isso, quer castigar a população”, comentou a moradora Maria do Socorro, que está preocupada com o mal cheiro, os vários insetos e a desvalorização do meio ambiente em sua cidade.

Impacto ambiental

Samambaia hoje tem várias nascentes que colaboram com o abastecimento da própria cidade. Além disso, existem áreas agrícolas que também fornecem alimentos e hortaliças para população, com a chegada o lixão, tudo estará em risco. Receber o lixo de 31 cidades é antidemocrático para uma população com mais de 200 mil moradores.

Saiba mais sobre a vegetação nativa do Parque Gatume – de Samambaia

A Mata de Galeria do córrego Gatumé é do tipo não inundável, ocorrendo sobre terreno acidentado. Estreita e encaixada, apresenta alguns trechos fortemente inclinados, formando barrancos altos. Por esta característica de relevo, a transição para o cerrado é direta, com espécies do cerrado penetrando e se estabelecendo na borda da Mata.

A flora da Mata do Gatumé é composta por Cheilocliniumcognatum (bacupari-da-mata), gonçaloalves (Astroniumfraxinifolium), Zanthoxylumrhoifolium (mamica-de-porca), Myrcia tomentosa  goiabeira-do-campo), Byrsonima laxiflora (murici),Platybodium elegans (jacarandá), Alibertia sessilis (marmelada-de-cachorro), Emmotumnitens (sobre), Hirtella gracilipes (quebra-culhão), Crhysophyllum marginatum, olho-de-boi(Diospyros hispida) e outras.

Artigos relacionados