Nesta quinta (09), o corregedor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ivon Carrico, entregou a representantes do governo do Distrito Federal uma declaração afirmando que não foram encontradas irregularidades cometidas pelo governador Agnelo Queiroz (PT) quando dirigiu o órgão, entre 2007 e 2010.
Na declaração, Carrico afirma que o documento foi redigido a pedido do governador e que na sindicância feita não consta nenhuma responsabilidade administrativa contra Agnelo. A declaração da Anvisa foi distribuída pela assessoria do governador. O processo foi encaminhado à Controladoria Geral da União (CGU) nesta quarta (08), em caráter reservado e a investigação corre em segredo de Justiça, por ter outros nomes envolvidos na apuração.
Em novembro de 2011, a deputada Celina Leão (PSD) acusou o governador de ter recebido propina de um laboratório farmacêutico quando era diretor da Anvisa. Um ex-funcionário da indústria União Química Farmacêutica, Daniel Tavares, chegou a gravar um vídeo afirmando ter depositado dinheiro na conta do governador, mas desmentiu a si mesmo um dia depois. Na época da denúncia, tanto a empresa quanto Agnelo negaram envolvimento em irregularidades.
Na época que fez a denúncia, Celina apresentou um recibo de janeiro de 2008, comprovando transferência de R$ 5 mil, feita por Tavares para a conta de Agnelo, na época que o atual governador era diretor da Anvisa e responsável por liberar a circulação de medicamentos. Agnelo confirmou o depósito, mas alegou ter sido “a devolução de uma quantia concedida em empréstimo à referida pessoa, realizada de forma transparente”.
Retratação – Na sessão ordinária da Câmara Legislativa do DF desta quinta (09), o deputado Chico Vigilante (PT) cobrou retratações do deputado federal Fernando Franceschini (PSDB/PR) sobre seguidas denúncias feitas contra o governador Agnelo Queiroz e a apresentou o relatório da Anvisa. "Cabe ao senhor Franceschini pedir desculpas à nação e a Agnelo. É muito fácil acusar sem provas", afirmou o distrital.
Em resposta, Celina Leão contestou o relatório apresentado por Vigilante e garantiu ter documentos da Anvisa que comprovariam a abertura de investigações contra Agnelo.
Foto, Agência Brasília.