A deputada distrital Celina Leão (PSD) entrou com Ação Criminal na Justiça, contra o ex-lobista Daniel Almeida Tavares por crime contra a honra. A distrital vai arrolar testemunhas como o policial militar João Dias e as revistas Veja e Época.
Depois de prestar declarações à deputada Celina Leão, registradas em 40 minutos de vídeo, onde Daniel acusa o governador Agnelo Queiroz de ter recebido propina, na época em que era diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o lobista volta atrás nas acusações.
Em outra gravação de apenas três minutos, Daniel Tavares desmente o que havia dito e afirma que, as declarações que prestou à deputada Celina Leão eram falsas e ainda, que teriam sido compradas pela parlamentar, que atua na oposição ao governo Agnelo. “Eu vou provar no Tribunal a trama feita pelo governo para abafar as declarações que comprometem o governador”, garante Celina.
Segundo a deputada as duas versões apresentadas por Daniel, os motivos de sua conduta e qual delas é verdadeira são questões que serão devidamente esclarecidos pela Justiça. “De antemão avalio como extorsão, ele fez um leilão das informações que tinha e ao que tudo indica encontrou quem pagasse”, avalia Celina.
As mesmas acusações que Daniel revelou à deputada durante a gravação, já haviam sido divulgadas por ele em entrevistas a revistas de circulação nacional e de reconhecida credibilidade como Veja e Época. O policial João Dias, também, confirmou que as declarações prestadas por Daniel eram verdadeiras, e foi além, disse que “novo depoimento de Daniel havia sido comprado por integrantes do governo”. Dessa forma, a deputada Celina Leão vai arrolar estes veículos de comunicação, que também foram descredenciados pelas últimas declarações do ex-lobista, e o policial militar João Dias, como testemunhas na Ação Criminal movida por ela.
Daniel Tavares confirmou a declaração dada pelo governador Agnelo Queiroz, para justificar o depósito de R$ 5 mil feitos pelo então lobista em sua conta corrente. Segundo o governador tratava-se da devolução de um empréstimo e não do pagamento de parte de uma propina que teria sido paga pela empresa União Química, da qual Daniel era funcionário e que o fato do certificado de boas práticas conferido ao referido laboratório por assinatura de Agnelo Queiroz, à época diretor da ANVISA, no mesmo dia em que o valor foi depositado, teria sido uma mera coincidência.