Vigilantes mantêm greve

Publicado em: 30/01/2012

 

Neste domingo, os vigilantes do Distrito Federal decidiram pela manutenção da greve em assembleia, de acordo com informações do Sindicato dos Vigilantes do Distrito Federal (Sindesv-DF). O Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT), no DF ordenou que 60% da categoria retornasse na sexta (28) e rejeitou no sábado (28) o pedido de detalhamento do cumprimento da decisão, feito pelos vigilantes. O Sindesv-DF afirma que não foi notificado oficialmente da decisão, tendo sabido pela imprensa.  

A paralisação foi iniciada na noite da última quinta (26) e a categoria espera nova proposta do sindicato patronal. Foi marcada uma reunião entre os dois sindicatos para a tarde desta segunda (30), no Ministério Público do Trabalho(MPT). "Esperamos que seja apresentada alguma proposta de interesse real pra categoria. Nós estamos em greve por falta de opção. É importante que os empresários se sensibilizem com a nossa situação", afirmou Manoel Pereira Batista, dirigente do Sindesv-DF.

Liminar – A decisão da juíza Maria Socorro de Souza Lobo, da 7ª Vara do Trabalho respondeu a uma ação civil pública, impetrada pela Procuradoria do DF, órgão que representa o governo local. A multa diária para descumprimento da liminar que ordena a volta de 60% ao trabalho é de R$ 150 mil, segundo o TRT, mas a decisão ainda cabe recurso.

O sindicato reforçou neste domingo (29) que a decisão judicial será cumprida assim que a determinação for explicada. “É uma liminar sem fundamento. O médico passa o remédio, mas tem de explicar como se toma”, reclamou Jervalino Rodrigues, presidente da entidade.

Segundo o autor da ação, o procurador Lucas Terto Ferreira Vieira, os vigilantes deflagraram a greve de maneira inapropriada e sem notificação prévia. Ele argumenta que, devido à paralisação, “podem-se perpetrar saques e violações a órgãos públicos e entidades privadas de relevância pública, como bancos, escolas e hospitais, bem como a cidadãos do Distrito Federal”.

Para o presidente do Sindesv-DF, o maior problema seria manter 60% dos vigilantes trabalhando em estabelecimentos com apenas um ou dois funcionários responsáveis pela segurança. Até que saia novo despacho do Judiciário, os vigilantes continuarão de braços cruzados e não se sabe se na segunda (30) os bancos poderão abrir normalmente.

Reivindicações – A categoria reivindica aumento de 15% no salário e tíquete-refeição diário de R$ 25. Hoje, o salário base é de R$ 1.299 e o tíquete, de R$ 13,50. Aproximadamente 20.000 vigilantes trabalham no DF, em bancos, prédios públicos e privados. Das 68 empresas de vigilantes registradas no DF, 32 são filiadas ao sindicato da categoria.

O Sindesv-DF afirma que a greve foi deflagrada, porque os empresários não apresentaram uma proposta satisfatória. A categoria reivindica ticket de alimentação de R$ 25 por dia, 15% de reajuste salarial, além do reajuste de 8,33% em gratificações por risco de vida.

 

Já Irenaldo Pereira Lima, presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Sistemas de Segurança Eletrônica, Cursos de Formação e Transporte de Valores (Sindesp-DF), diz que os empresários já apresentaram uma contraproposta de reajuste de 16,68%, incluindo 9,94% de inflação acumulada pelos 16 meses sem reajustes salariais e 7% em gratificações por risco de vida, além de aumento no ticket de alimentação de R$ 13,5 para R$ 17, mas os vigilantes não aceitaram o acordo.

O Câmara em Pauta repete o que disse sobre o caso no domingo (29): Enquanto o impasse não é desfeito e os dois sindicatos encontram um acordo, quem sofre é a população. 

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