Depois de 11 anos, técnicos da Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura (Unesco) voltarão a Brasília para avaliar o estado de conservação da capital que é Patrimônio Cultural da Humanidade desde a década de 80. A data da visita da missão internacional da Unesco a Brasília ainda não tem data marcada. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) sugeriu que a visita seja em fevereiro. Brasília foi o primeiro monumento moderno a ser tombada no mundo.
Rosina Parchen, presidente do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos) no Brasil, que assessora a Unesco no monitorarmento dos Patrimônios tombados demonstra preocupação com o estado de conservação da capital brasileira. Para a Unesco, a conservação passa por um momento crítico, com os famosos puxadinhos nos estabelecimentos comerciais, alterações na destinação de áreas e uma série de desvios no projeto da cidade, que foram objeto de várias denúncias de violação do tombamento, o que motivou a visita.
Perda do Tombamento – Com a vinda da comitiva, Brasília pode ser incluída Lista dos Patrimônios em Risco, que podem perder o reconhecimento em julho deste ano. Em 2001, a Unesco fez a última visita à Capital Federal e listou 40 itens que deveriam ser melhorados, o que não aconteceu. O Comitê Mundial do Patrimônio (WHC) é responsável por monitorar, avaliar e aprovar tanto a inclusão como a exclusão de patrimônios mundiais.
Durante a visita, um especialista do WHC e um membro do Icomos farão uma série de visitas a vários pontos da cidade, além de ser reunir com autoridades locais, a fim de elaborar um relatório. A decisão de manter ô tombbamento de Brasília será definida em julho, com a apresentação do relato da vinda à Capital.
Problemas listados – A Unesco afirma no documento que justifica a visita que o comitê tem uma lista a ser verificada, que inclui problemas como os “puxadinhos” dos comércios nas entrequadras da Asa Sul e em diversos bares e restaurantes espalhados pelo Plano Piloto; prédios na Vila Planalto com mais de dois andares; construção de prédios na orla do lago Paranoá; expansão do Setor Hoteleiro Norte englobando a 901 Norte. Além destas, a comissão deve avaliar diversas outras intervenções que não estavam previstas no projeto urbanístico de Brasília.