“Chegará um dia no qual os homens conhecerão o íntimo dos animais; e nesse dia, um crime contra um animal será considerado crime contra a humanidade”.
A frase é atribuída a Leonardo Da Vinci e apesar de ser clichê, parece estar longe de ser realidade, devido à notícia dos últimos crimes contra a natureza registrados no Brasil. Desta vez a história possui requintes de crueldade. Na madrugada desta sexta (13), a polícia prendeu uma mulher identificada como Dalva Lima da Silva na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, acusada de maus-tratos contra animais e crime contra a natureza. Próximo à casa dela foram encontrados cerca de 39 animais, entre gatos e cachorros, mortos dentro de sacos de lixo.
O crime foi descoberto, porque Organizações não-governamentais (ONGs) protetoras dos animais desconfiaram da quantidade de animais que Dalva vinha adotando e contrataram um detetive particular há 20 dias. As ONGs receberam denúncia de pessoas que entregavam aos cuidados dela cães e gatos, achados na rua, mas desconfiaram que ela estaria matando os animais, porque os bichos sumiam depois que entravam na casa da acusada e resolveram denunciar Dalva a entidades de proteção aos animais.
Investigações – Segundo informações da polícia, Dalva colocava os sacos de lixo com os animais mortos na porta das casas vizinhas, junto com outros sacos, para não levantar suspeita e tudo era levado pelo caminhão de coleta de lixo. Por volta das 23h de quinta (12), o detetive testemunhou Dalva deixando um saco plástico em frente à casa vizinha e acionou a Polícia Militar. PMs da 3ª Companhia do 11º Batalhão detiveram a acusada, que foi encaminhada para o plantão do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), no centro da capital.
Soltura – Na casa dela, a polícia encontrou sedativos, que eram dados aos animais antes de Dalva matá-los. A maioria tinha o sangue retirado pela mulher. A suspeita é de rituais de magia ou tráfico de sangue para estoque de clínicas veterinárias. De acordo com a Policia Civil, durante depoimento ela contou várias histórias diferentes e não demonstrou sinais de distúrbio mental.
Ela assinou um termo circunstanciado de crime ambiental, podendo ser processada e condenada a uma pena de três meses a um ano de prisão. E assim caminha a humanidade.