FBI, Anonymous e a guerra virtual

Publicado em: 20/01/2012

A noite desta última quinta, 19 de janeiro de 2012 ficou marcada na história da World Wide Web, a internet. Após o FBI (Federal Bureau of Investigation) tirar do ar um dos sites mais populares do mundo de compartilhamento de arquivos sites, o Megaupload, o grupo de “hacktivistas” Anonymous fez um ataque em massa a várias páginas do governo dos Estados Unidos e de grandes gravadoras, em retaliação. A primeira foi a do Departamento de Justiça dos EUA, que ficou fora do ar desde as 19h de quinta (12) e perto das 00h, o site do próprio FBI ficou off-line por diversas vezes. 

A polêmica lei Sopa (Stop Online Piracy Act) ainda nem foi votada e a discussão só deve ter algum desfecho em 29 de fevereiro, mas o debate em Washington sobre essa possibilidade de dar ao governo novos poderes para reprimir pirataria na Internet. Mesmo assim, o FBI tirou do ar o Megaupload Ltd. E prendeu quatro executivos da empresa na noite desta quinta (19) em seguida, começou a guerra virtual, com o nome de “operação Megaupload” e a retirada dos sites.

Sopa? – A empresa tem sede em Hong Kong e segundo o FBI, o site já acumula mais de US$ 175 milhões de lucros com a adesão de usuários a seus serviços, tendo causado mais de meio bilhão de dólares em prejuízos para os proprietários de direitos autorais.  Os quatro empresários foram presos em Auckland na Nova Zelândia sob a acusação de “conspiração para cometer extorsão e violação de direitos autorais”. Entre os detidos, Kim Dotcom, fundador e chefe executivo da Megaupload, até o ano passado.

Funcionários do FBI negam que as prisões estejam relacionadas com as leis anti pirataria em tramitação no senado e na Câmara estadunidenses e afirmam que as prisões foram feitas, por recomendação das autoridades na Nova Zelândia.

A legislação proposta, conhecida como Sopa e Pipa (Protect IP Act), proibiria as empresas dos EUA de fornecer publicidade financiamento, links ou outras formas de assistência a sites estrangeiros envolvidos na pirataria e daria ao Departamento de Justiça poderes para interferir no funcionamento desses sites.

O advogado da empresa em Novato na Califórnia, Ira P. Rothken, disse que “as acusações não parecem ter apoio na lei e a empresa vai se defender vigorosamente”. Antes de ser tirado do ar, o Megaupload postou que “a grande maioria do tráfego do Megaupload na Internet é legítimo e estamos aqui para ficar. Se a indústria de conteúdo quiser tirar vantagem da nossa popularidade, estamos felizes em abrir um diálogo. Temos boas ideias, entrem em contato”.

Legalização do compartilhamento – A empresa Megaupload está envolvida em uma batalha judicial com o Grupo Vivendi Universal Music AS. O site de compartilhamento lançou um vídeo promocional com artistas da UMG, como Kanye West, Mary J. Blige e outros, que endossam o sistema de compartilhamento da empresa como forma de enviar arquivos grandes para destinatários específicos, não para pirataria de conteúdo. A UMG acionou o You Tube, para a retirada do vídeo. Os artistas não comentaram o episódio.

O New York Times disponibilizou em seu site o documento original da ação do FBI contra a Megaupload. Para acessar, clique aqui. Texto em inglês.

Veja a lista de sites “atacados” na operação:

 

Department of Justice (Justice.gov)
Motion Picture Association of America (MPAA.org)
Universal Music (UniversalMusic.com)
Belgian Anti-Piracy Federation (Anti-piracy.be/nl/)
Recording Industry Association of America (RIAA.org)
Federal Bureau of Investigation (FBI.gov)
HADOPI law site (HADOPI.fr)
U.S. Copyright Office (Copyright.gov)
Universal Music France (UniversalMusic.fr)
Senator Christopher Dodd (ChrisDodd.com)
Vivendi France (Vivendi.fr)
The White House (Whitehouse.gov)
BMI (BMI.com)
Warner Music Group (WMG.com)

Com Informações do New York Times. Imagem, reprodução de Internet.

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