A noite desta última quinta, 19 de janeiro de 2012 ficou marcada na história da World Wide Web, a internet. Após o FBI (Federal Bureau of Investigation) tirar do ar um dos sites mais populares do mundo de compartilhamento de arquivos sites, o Megaupload, o grupo de “hacktivistas” Anonymous fez um ataque em massa a várias páginas do governo dos Estados Unidos e de grandes gravadoras, em retaliação. A primeira foi a do Departamento de Justiça dos EUA, que ficou fora do ar desde as 19h de quinta (12) e perto das 00h, o site do próprio FBI ficou off-line por diversas vezes.
A polêmica lei Sopa (Stop Online Piracy Act) ainda nem foi votada e a discussão só deve ter algum desfecho em 29 de fevereiro, mas o debate em Washington sobre essa possibilidade de dar ao governo novos poderes para reprimir pirataria na Internet. Mesmo assim, o FBI tirou do ar o Megaupload Ltd. E prendeu quatro executivos da empresa na noite desta quinta (19) em seguida, começou a guerra virtual, com o nome de “operação Megaupload” e a retirada dos sites.
Sopa? – A empresa tem sede em Hong Kong e segundo o FBI, o site já acumula mais de US$ 175 milhões de lucros com a adesão de usuários a seus serviços, tendo causado mais de meio bilhão de dólares em prejuízos para os proprietários de direitos autorais. Os quatro empresários foram presos em Auckland na Nova Zelândia sob a acusação de “conspiração para cometer extorsão e violação de direitos autorais”. Entre os detidos, Kim Dotcom, fundador e chefe executivo da Megaupload, até o ano passado.
Funcionários do FBI negam que as prisões estejam relacionadas com as leis anti pirataria em tramitação no senado e na Câmara estadunidenses e afirmam que as prisões foram feitas, por recomendação das autoridades na Nova Zelândia.
A legislação proposta, conhecida como Sopa e Pipa (Protect IP Act), proibiria as empresas dos EUA de fornecer publicidade financiamento, links ou outras formas de assistência a sites estrangeiros envolvidos na pirataria e daria ao Departamento de Justiça poderes para interferir no funcionamento desses sites.
O advogado da empresa em Novato na Califórnia, Ira P. Rothken, disse que “as acusações não parecem ter apoio na lei e a empresa vai se defender vigorosamente”. Antes de ser tirado do ar, o Megaupload postou que “a grande maioria do tráfego do Megaupload na Internet é legítimo e estamos aqui para ficar. Se a indústria de conteúdo quiser tirar vantagem da nossa popularidade, estamos felizes em abrir um diálogo. Temos boas ideias, entrem em contato”.
Legalização do compartilhamento – A empresa Megaupload está envolvida em uma batalha judicial com o Grupo Vivendi Universal Music AS. O site de compartilhamento lançou um vídeo promocional com artistas da UMG, como Kanye West, Mary J. Blige e outros, que endossam o sistema de compartilhamento da empresa como forma de enviar arquivos grandes para destinatários específicos, não para pirataria de conteúdo. A UMG acionou o You Tube, para a retirada do vídeo. Os artistas não comentaram o episódio.
O New York Times disponibilizou em seu site o documento original da ação do FBI contra a Megaupload. Para acessar, clique aqui. Texto em inglês.
Veja a lista de sites “atacados” na operação:
Com Informações do New York Times. Imagem, reprodução de Internet.