Os ovos que até poderiam ter ido para um bolo de comemoração ao 458º aniversário de São Paulo foram jogados no prefeito Gilberto Kassab e em seus seguranças. Os presentinhos foram enviados por manifestantes que realizavam um ato em frente à Catedral da Sé, no Centro de São Paulo, contra o episódio da operação de guerra montada no último domingo (21), para cumprir a reintegração de posse de Pinheirinho, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba em São Paulo e contra a ação higienista na cracolândia.
Desnecessário dizer que o caldo engrossou e houve tumulto quando Kassab saía da igreja sob um coral de vaias. O prefeito foi alvejado com os ovos, que não chegaram a atingi-lo. Não se pode dizer o mesmo dos manifestantes, que receberam os golpes de cassetete e borrifadas de spray de gás de pimenta. Na comitiva de autoridades e políticos, além do prefeito Kassab, distribuíam simpatia os pré-candidatos à prefeitura Guilherme Afif (PSD), Andrea Matarazzo (PSDB) e Gabriel Chalita (PMDB). A autoridade mais esperada, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) não deu o ar da graça.
Enquanto a polícia tentava conter os manifestantes, dentro da igreja da Sé era celebrada uma missa em comemoração ao aniversário da cidade de São Paulo. Segundo informações da PM havia no local cerca de 500 pessoas no protesto. Já a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) deu conta de que seriam 800 manifestantes aproximadamente.
Segundo informações da CBN, o carro do prefeito foi cercado e Kassab saiu pelos fundos da catedral. Em frente à igreja, a PM usava técnicas de dispersão, segundo os próprios militares, lançando bombas de gás nos manifestantes. Uma parte do grupo que realizava o protesto faz parte da “Frente da Luta por Moradia”. Eles também cercaram os jornalistas que acompanhavam o protesto. Segundo o movimento Luz Livre, que organizou o protesto, uma pessoa ficou ferida no conflito.
Após a confusão, os manifestantes seguiram em passeata em direção à prefeitura. De acordo com a CET, as ruas da região estão sendo bloqueadas com a passagem dos manifestantes, que batizaram o protesto de “Especulação extermina: basta de trevas na Luz e em São Paulo!”, também lembra a situação das famílias que viviam na favela do Moinho, no centro de São Paulo, atingida recentemente por um incêndio.
Foto, Folhapress.
