Nesta terça (30) o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, teria inaugurado um “gabinete antiprotestos”. Trata-se de um serviço de monitoramento das manifestações organizadas nas redes sociais e evitar que o governador Geraldo Alckmin (PSDB), seja alvo de protestos em agendas públicas. Curiosamente ele não têm comparecido a alguns compromissos nos últimos dias, a exemplo da missa na catedral da Sé pelo aniversário de São Paulo e a inauguração da nova sede do Museu de Arte Contemporânea (MAC). Coincidentemente nos dois eventos houve protestos populares.
Através de nota assessoria de imprensa do governo negou que Alckmin tenha faltado à inauguração do MAC, pois teria ido a um outro compromisso. Quanto à missa, ele não compareceu por questão familiar. "A hipótese de que Alckmin está evitando protestos é um desrespeito à história do governador", finaliza a nota do governo.
Pinheirinho – As últimas manifestações em São Paulo foram contra as políticas higienistas em São José dos Campos, na reintegração de posse de Pinheirinho e na Nova Luz, onde funcionava a chamada cracolândia. Em ambas as ações, a Polícia Militar agiu com truculência, promovendo um verdadeiro massacre.
Quanto a Pinheirinho, em entrevista concedida a “O Vale” pela juíza Márcia Faria Mathey Loureiro da 6a. Vara Cível de São José dos Campos, tentou defender os métodos utilizados pela PM no cumprimento da reintegração de posse, mas o tiro saiu pela culatra de Alckmin e do prefeito de São José, Eduardo Cury.
A juíza afirmou que a PM se planejou durante mais de quatro meses para desocupar o bairro, o que pra bom entendedor significa que a negociação que vinha acontecendo há meses entre o poder público e os representantes dos moradores da ocupação eram um engodo, para ganhar tempo na organização da operação de guerra feita pela Polícia. Ela admite ainda que em São José há um déficit habitacional não atendido pela prefeitura.
Na entrevista, a juíza admitiu ainda que ex-moradores do Pinheirinho foram agredidos no centro de triagem para onde eles foram levados após ser expulsos do Pinheirinho. Márcia ainda se disse aliviada por não ter havido “nenhuma baixa” segundo ela. Os ex-moradores relatam que houve sim, sete mortos. Impossível saber, já que os moradores relataram que seus celulares foram apreendidos para evitar registros da ação policial.
Veja a entrevista aqui.