Marcos Valério é preso em Belo Horizonte

Publicado em: 02/12/2011

O empresário e publicitário Marcos Valério, acusado de operar o suposto esquema de corrupção conhecido como Mensalão foi preso na manhã desta sexta (2). Valério estava em Belo Horizonte na casa dele.

De acordo com Islande Batista, delegado chefe da Divisão Especializada de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio, a prisão é de caráter preventivo e foi pedida pelo Ministério Público Federal na Bahia (MPF-BA). O órgão investiga casos de aquisição de terras de forma fraudulenta na OperaçãoTerra do Nunca. Segundo a Justiça baiana, denúncias desde 2005 indicam o envolvimento de 21 advogados, latifundiários, empresários e servidores públicos e a prisão de 15 nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Bahia.

Em BH, também foram presos Ramon Cardoso, Francisco Marcos Castilho Santos e Margarete Freitas. Eles são acusados de negócios com Valério. Todos foram detidos e levados para a Divisão de Enfrentamento ao Grande Roubo e Latrocínio (Degrel) e logo após a apresentação, os detidos foram levados ao Instituto Médico Legal (IML), para a realização de exame de corpo de delito. Todos devem ser levados a Salvador em um avião da Polícia civil e não devem prestar depoimentos na Degrel.

Segundo Adaílton Ádan, delegado de Polícia Civil do interior da Bahia, houve ameaças, formação de quadrilha e falsidade ideológica durante a atuação da quadrilha, além da aquisição de terrenos inexistentes e a criaração de matrículas fraudulentas para a aquisiçào dessas terras. O suposto esquema contaria com a participação de funcionários públicos em cartórios de Registro Gerais de Imóveis e de Tabelionato de Notas segundo o delegado. Ele diz ainda que os terrenos comprados pela quadrilha foram usados como garantia para pedido de empréstimos.

Grilagem e esquemas – As investigações do MP revelam que as matrículas falsas de imóveis inexistentes e terras da União serviam como garantia de dívidas das empresas de Marcos Valério. Segundo o advogado de Valério, Marcelo Leonardo, a defesa não teve acesso ao processo nem à decisão, já que  o mandado de prisão foi expedido por um juiz da Comarca de São Desidério, no oeste da Bahia e foram cumpridos por policiais civis de lá em parceria com os de Minas.

Esta semana o jornal O Globo publicou reportagem acusando o publicitário de operar esquemas no governo federal, através da empresa T&M Consultoria Ltda. Contratada pela T&M, a empresa de softwares ID2 Tecnologia, teria conseguido um contrato de R$ 14,9 milhões no Ministério do Turismo.

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