Por Luis Nassif – É manobra maliciosa essa história de comparar o livro “Privataria Tucana” ao Dossiê Cayman.
O dossiê era um amontoado de papéis sem nexo e sem lógica. Afirmava que uma tal conta em ilhas Cayman era de propriedade conjunta de Covas, Sérgio Motta, FHC e Serra. Era tão inverossímil que dizia que o nome da conta eram as iniciais dos quatro – Covas não suportava a aliança com Serra e FHC.
Esse dossiê foi veiculado na Folha pelo esquema jornalístico que gravitava em torno de Paulo Maluf desde a CPI dos Precatórios. E o principal crítico de sua inconsistência fui eu. É só conferir no livro “O jornalismo dos anos 90”.
Era tão inconsistente que, embora praticasse o mesmo denuncismo que o vitima hoje, o PT não ousou explorá-lo – tinha sido oferecido para Lula – depois que Márcio Thomas Bastos analisou-o e concluiu pela sua inconsistência.
O livro de Amaury Ribeiro Jr tem como base documentos oficiais, obtidos de forma lícita em CPIs, Juntas Comerciais etc.
A diferença entre ambos é tõ gritante que, na época, rebati a farsa do Dossiê Cayman sem dispor de nenhuma informação adicional: apenas analisando o besteirol que era publicado. Agora, tendo toda a velha mídia à sua disposição, Serra limita-se a tentar desqualificar o autor e a fazer comparações descabidas com o Dossiê Cayman.