O debate, realizado hoje à noite (18) na Câmara Legislativa, contou com a participação de especialistas no tema, sindicalistas e trabalhadores .“Há uma imensa massa de trabalhadores anônimos que sofrem constantemente assédios e abusos por parte dos patrões e mesmo dos colegas. A intenção desse debate é dar visibilidade a esse grave problema, geralmente confinado ao sigilo das empresas e repartições”, explicou o deputado Chico Leite, que promoveu ontem (18) um amplo debate sobre a violência no ambiente de trabalho, na Câmara Legislativa.
A violência no trabalho compreende não apenas as agressões físicas, mas principalmente as ações e omissões aparentemente sutis que buscam deliberadamente fragilizar o trabalhador diante dos colegas. “Trata-se de um tema delicado. As pessoas que sofrem esse tipo de violência, em sua maioria, não se sentem seguras em denunciar, obviamente com medo de perderem o emprego. É preciso conscientizar as vítimas e os gestores para a adoção de instrumentos que permitam detectar esses abusos”, defendeu Chico Leite.
Vários trabalhadores participaram do debate, embora outros tenham confirmado presença, mas não compareceram. “Vejo que algumas pessoas que convidamos não vieram justamente porque é extremamente difícil se expor, tornar público o assédio que sofremos”, disse Genelson de Almeida, sindicalista que relatou as dificuldades que enfrenta no ambiente de trabalho. Para o professor Leandro Queiroz Soares, da Universidade de Brasília, a violência no trabalho fere direitos fundamentais. “Conheço um caso emblemático de uma servidora que sofria tanto assédio que pôs fim à própria vida. Esse debate, infelizmente, ainda é muito tímido e incipiente”, declarou.
O deputado Chico Leite ressaltou que o assunto não ficará restrito ao debate. “Vamos colher todos os depoimentos e sugestões para estudarmos ações e projetos em defesa dos trabalhadores”, afirmou. Além de Chico Leite e do professor Leandro Soares, participaram da mesa de debates a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), a subsecretária de Saúde, Segurança e Previdência, Luciane Araújo, o secretário-geral do Sindecof-DF, Douglas de Almeida, e o procurador regional do trabalho do Ministério Público, Maurício Correia de Melo. O evento teve o apoio do Núcleo de Estudos e Ações sobre Violência no Trabalho (NEAVT), da Câmara Legislativa. Você pode enviar sua contribuição sobre o tema para chicoleite@chicoleite.