Após mais de um ano, Capiberibe toma posse no senado

Publicado em: 30/11/2011

Depois de mais de um ano de espera, João Capiberibe (PSB) ex-governador do Amapá eleito o segundo senador mais votado em seu estado com 130.411 votos, tomou posse como senador nesta terça (29). Ele retoma a vaga ocupada por Gilvan Borges (PMDB-AP), aliado do presidente do senado José Sarney. Capiberibe havia sido impedido de exercer mandato graças à indefinição em torno da Lei da Ficha Limpa, que aliás está prevista para voltar hoje (30) à pauta do Superior Tribunal Federal (STF).

O ato de posse foi rápido e o presidente da mesa Sarney, adversário político do empossado, limitou-se a ler o protocolo de nomeação após o juramento constitucional do novo senador. Após seu pronunciamento Capiberibe foi ovacionado por cerca de 100 correligionários, que lotavam as galerias do Plenário. Eles ecoaram palavras de ordem, quebrando a norma regimental de não manifestação em sessões plenárias.

No primeiro discurso como senador, Capiberibe questionou a demora de sua posse e de sua esposa, Janete Capiberibe (PSB), deputada federal eleita no ano passado pelo Amapá, só foi empossada dez meses após as eleições, em julho. “Dois mandatos cassados por dois votos de R$ 26, parcelados em duas vezes. Isso está no acórdão do TSE, não sou eu quem está falando. Está no acórdão”, afirmou o senador. O mandato de Capiberibe foi cassado após a denúncia de duas testemunhas, que diziam ter recebido R$ 26 em troca de seus votos.

Sarney – Capiberibe acusou José Sarney e seu grupo político no Amapá, de orquestrar o impedimento de sua diplomação. Em seu discurso ele evocou a ditadura, lembrando as condenações por atividades subversivas e questionou: “Alguém desse plenário poderia me perguntar: se você nunca foi condenado, por que, então, o TSE o enquadrou na Lei da Ficha Limpa e lhe cassou o registro de candidato no dia 30 de setembro de 2010, a 48 horas da eleição?”. Outra quebra de protocolo do recém empossado, foi o momento em que convidou sua esposa, Janete Capiberibe, para acompanhá-lo em seu discurso.

 

Foto: Jonas Pereira

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