Secretaria decide não fechar Sala de Recurso da Escola Parque

Publicado em: 14/10/2011

A Secretaria de Educação resolveu não fechar mais a Sala de Recurso da Escola Parque 303/304 Norte. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira (13) pelo secretário Denilson Bento da Costa durante reunião com pais de alunos especiais, professores e a deputada Eliana Pedrosa (PSD), que intermediou o encontro. Além disso, será realizado um seminário para debater a atual política de inclusão da rede pública de ensino.

Os pais dos alunos mostraram-se preocupados e indignados com a possibilidade de se perder a Sala de Recurso. Na semana passada, eles fizeram manifestação e colheram assinaturas para uma petição pela manutenção do local. No encontro de hoje, Lourdes Cabral, do Fórum Permanente de Apoio e Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência do DF e do Entorno (Faped), foi categórica. “Estamos perdendo conquistas importantes de anos neste governo. Tiraram monitores e bolsistas e ameaçaram tirar a sala de referência que temos nas escolas”, afirmou.

O diretor da Escola Parque 303/304 Norte, Everaldo Mendonça, mostrou-se preocupado com a atual situação. Segundo ele, se não tiver atenção agora pode haver retrocessos na educação dos alunos especiais. “Temos de tomar cuidado para não promovermos a exclusão em nome da inclusão. A Sala de Recursos é a referência do nosso trabalho. Aceito propostas melhores, mas acabar com esse recurso por acabar eu não aceito”, desabafou.

Próximos anos

Ao anunciar a permanência da Sala de Recursos, Denilson Bento falou também da impossibilidade de se mudar a realidade ainda este ano. De acordo com o secretário, o ano letivo está praticamente no fim e, por isso, será realizado o seminário para elaborar políticas para os próximos anos. “Vamos planejar tudo com início, meio e fim. Mas este ano, infelizmente, não temos como fazer muita coisa”, afirmou.

A declaração deixou pais e a deputada Eliana preocupados. A parlamentar pediu atenção redobrada com os acontecimentos de hoje. “Sei que mudar uma política não é fácil e demanda tempo. Mas os alunos precisam de uma atenção especial hoje e isso já era feito. Tem que se fazer agora, mesmo que seja algo simples e pequeno”, defendeu.

Pai de Larissa Amorim, 6 anos, Roberto Barreto ficou triste com a notícia. A filha estuda na Escola Classe 106 Norte e tem Síndrome de Down e demanda a presença de um monitor. “Não quero ter de sair do trabalho para ajudar na escola dela. Um monitor seria o bastante. Mas estou sem muitas esperanças”, desabafou.

Não há data prevista para a realização do seminário que debaterá mudanças na política de inclusão na rede educacional do DF. A Secretaria de Educação acredita que até dezembro vai promover o evento e anunciará a data, provavelmente, na próxima semana.

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