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CAS denuncia descaso com Estrutural ao Ministério Público

Publicado em: 15/09/2011

A Comissão de Assuntos Sociais da Câmara Legislativa decidiu denunciar o governo do Distrito Federal pelo descaso recente com os moradores da Estrutural. A decisão foi tomada na manhã desta quarta-feira (14) pela presidente do grupo, deputada Liliane Roriz (PRTB), que comandou a reunião itinerante da comissão na cidade.

A pedido da distrital, um relatório completo será elaborado pelo grupo com todas as denúncias gravadas durante a reunião. O documento pronto será encaminhado para a Promotoria de Justiça de Defesa da Comunidade (Procidadã), do Ministério Público do Distrito Federal, ainda esta semana. “O descaso com a Estrutural ultrapassa questões políticas e chega a ser um crime contra o ser humano”, avaliou a distrital.

“Nosso dinheiro precisa ter algum valor. Pagamos impostos há anos e somos tratados aqui como bichos. Ficamos sem água, sem luz, não temos asfaltos, só poeira, as escolas estão sem professores e não há médicos nos postos. Isso não é vida”, desabafou Maria das Graças Souza, de 60 anos. A aposentada relatou que vários integrantes de sua família desenvolveram doenças sérias por causa das más condições em que vivem. “Quando gritamos por ajuda, o governo vira as costas para nós. Estamos abandonados”, afirmou.

O fim de benefícios sociais também preocupou os parlamentares distritais. A dona Rosilda Gomes, que é catadora no Lixão, afirmou que está inquieta com a decisão do GDF de acabar com o programa do pão e leite e que isso vai prejudicar principalmente os moradores da Estrutural. “Vivo do que colho no lixo. E o pão era uma certeza de que eu teria algo para comer”, emocionou-se. Dona Rosilda aproveitou para denunciar a cobrança de R$ 15 para que cada catador tenha acesso ao Lixão. “Querem cobrar isso por uma carteirinha, mas esse valor é muito alto para quem muitas vezes não tem o que comer”, disse.

Outra reclamação corriqueira foi sobre a política habitacional do GDF. “Moro no meu lote há 9 anos e agora me disseram que vão dividir minha casa. A única coisa que consegui foi minha casinha e não posso perdê-la assim”, afirmou a gari Maria Félix Muniz. Segundo ela, o terreno que fica na quadra 17 possui cerca de 80 metros quadrados e deverá ser dividido com outras duas famílias. Denúncias de que funcionários da administração regional estariam favorecendo conhecidos na lista de distribuição de lotes também constará no documento elaborado pelos distritais.

Integrante da Comissão de Assuntos Sociais, o deputado Washington Mesquita (PSDB) estranhou a ausência de representantes da administração regional da Estrutural na reunião itinerante. “Em todas as cidades que a comissão passou pelo menos um representante do GDF passou por lá. E hoje não veio ninguém”, reclamou. Para a líder comunitária Hildete Moura, a ausência não é novidade. “Isso aqui é terra de ninguém. Os outros governos fizeram 90% da Estrutural. A única coisa que pedimos é esses 10% restantes, mas nem conhecemos a administradora daqui”, criticou.

A Comissão de Assuntos Sociais visita, a cada 15 dias, uma localidade do Distrito Federal. Além da Estrutural, o Itapoã, Paranoá, Recanto das Emas, Condomínio Sol Nascente, o Núcleo Rural Monjolo e a Rodoviária do Plano Piloto já receberam os parlamentares distritais. Participaram da reunião desta quarta-feira os deputados Liliane Roriz, Washington Mesquita, Luzia de Paula e Evandro Garla.


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