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Parlamentares dos EUA pressionam Embaixador para proteger Munduruku

Publicado em: 01/04/2021

Boston, MA – Doze membros da Câmara Federal dos EUA assinaram e enviaram essa semana uma carta ao Embaixador dos EUA no Brasil, Todd Chapman, expressando sua profunda preocupação com a comunidade indígena brasileira Munduruku. Os deputados esperam encorajar o governo Biden a somar sua voz contra a situação de vulnerabilidade a que esses indígenas estão expostos no coração da Amazônia.

Na carta, liderada pelo Rep Raúl Grijalva (Arizona), os parlamentares requerem ao embaixador norte-americano que o governo Biden expresse preocupação ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre as tensões crescentes na região com a presença de mineiros ilegais armados conduzindo equipamentos pesados ​​de mineração para áreas do território Munduruku.

Os parlamentares receberam apelo dos indígenas denunciando que há falta de vontade política para fazer cumprir a lei e expulsar os mineiros da região. As denúncias chegaram até a Rede dos EUA para a Democracia no Brasil – USNDB – formada por acadêmicos e ativistas estrangeiros e brasileiros que imediatamente acionou seu escritório em Washington,DC. De acordo com Juliana Moraes, Diretora Executiva do Washington Brazil Office, braço de defesa da USNDB, embora a ameaça de mineração em terras Munduruku anteceda a crise atual, a situação agravou-se a partir de meados de março, com a invasão de garimpeiros na região até então intocada de Igarapé Baunilha, em Jacareacanga. A situação ficou mais grave ainda na semana passada, quando os escritórios da Associação de Mulheres Munduruku na cidade de Jacareacanga, nos limites do território Munduruku, foram atacados e vandalizados com pichações dizendo “ONGs fora” e “Federais fora”.

A ação de vandalismo foi denunciada imediatamente por federações indígenas brasileiras, como a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e grupos brasileiros de direitos humanos, como o Conselho Indiginista Missionário (CIMI).

Após assinar e enviar a carta para a embaixada norte-americana no Brasil, os parlamentares também twitaram e ganharam a adesão de outros congressistas e setores da sociedade norte-americana. A situacão dos indígenas Munduruku é a ponta de um iceberg dos problemas do  extermínio de povos indigenas, da fauna e da flora da Amazônia enfrentado pelo Brasil.  O deputado Grijalva convocou todos os parlamentares a denunciarem a situação genocida.

“O fato de os brasileiros terem chamado Bolsonaro de genocida não deve ser encarado levianamente pelo governo Biden-Harris”, Disse Juliana Moraes. “Isso vai muito além da situação horrível enfrentada pelos povos Munduruku. Após múltiplas denúncias de crimes contra a humanidade sobre o comportamento do governo brasileiro em meio à pandemia e por genocídio contra povos indígenas perante o Tribunal Penal Internacional, um caso foi aceito e está em avaliação. É a primeira vez que o ICC analisa o caso de um presidente brasileiro.”

 

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