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Distritais questionam tom do governador em entrevista

Publicado em: 04/03/2020

Alguns deputados distritais criticaram na sessão ordinária da Câmara Legislativa do Distrito Federal, desta quarta-feira (4), o tom adotado pelo governador Ibaneis Rocha em entrevista concedida a uma emissora de TV local. Para eles, o governador reagiu de forma agressiva ao ser questionado por problemas apresentados por moradores em áreas como saúde, segurança e infraestrutura. O deputado Leandro Grass (Rede) classificou as reações do governador às perguntas dos jornalistas como agressiva. O parlamentar cobrou serenidade e acolhimento do governador quando as pessoas ou os jornalistas apresentam as demandas da população.

Já o deputado Chico Vigilante (PT) chamou a atenção para uma declaração do governador que poderia ser considerada como prevaricação. Segundo ele, o governador afirmou que tem conhecimento de corrupção na saúde, mas não tomou providências como solicitar a abertura de investigações ou denunciar ao Ministério Público. “Se o governador não fez nada disso, prevaricou. Não dá para ficar colocando a responsabilidade nos outros. Tenho o maior respeito pelo governador, mas ele precisa assumir suas responsabilidades”, ponderou Vigilante. O deputado também criticou possível adoção de escola de módulos metálicos, “modelo que não deu certo no DF”. Para ele, o governador poderá entrar para a história como o homem que restabeleceu as “escolas de lata” no DF.

O deputado Fábio Felix (Psol) também repercutiu entrevista do governador e disse que ficou perplexo com algumas falas de Ibaneis Rocha. Felix condenou o tom adotado com os jornalistas. “Um gestor, um governante precisa abrir um canal de diálogo com a sociedade e com a imprensa. O governador não pode ficar apontando culpados da forma como fez nesta entrevista, sem assumir as responsabilidades do governo”, analisou Felix, acrescentando que o “mundo pintado naquela entrevista não corresponde à realidade”.

Sobre a promessa feita pelo governador de construção de 400 escolas até o final do ano e de uma UPA por mês, Fábio Felix sugeriu que a Câmara acompanhe de perto e instale um “escolômetro” para contagem das escolas construídas. “A cidade vive hoje uma crise profunda em diversas áreas. E os problemas não serão resolvidos com arrogância e com discurso, mas com prática e diálogo”, completou.

Enfermagem ­– O deputado Jorge Vianna (Podemos) questionou o GDF sobre os critérios para concessão de ampliação de jornada para os técnicos de enfermagem. Na opinião do deputado, o governo deveria priorizar a ampliação para os profissionais que atuam nos prontos socorros e informar com clareza os critérios adotados para a concessão das 40 horas. Vianna disse que esteve hoje no Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e encontrou corredores lotados, falta de medicamentos e de servidores. Segundo ele, o pronto socorro do HRT contava hoje com dois técnicos de enfermagem para atender 60 pacientes. Uma portaria da própria secretaria de saúde, de acordo com o distrital, determina um técnico para cada seis pacientes. Vianna apontou ainda que pacientes e servidores estão reclamando todos os dias da alimentação oferecida, após a troca da empresa fornecedora. “Tem servidor que passa 12 horas trabalhando a noite toda e não recebe café da manhã”, criticou.

Coronavírus – A deputada Arlete Sampaio (PT) elogiou duas mulheres pesquisadoras brasileiras, que conseguiram em tempo recorde sequenciar o genoma do coronavírus. Para ela, o feito demonstra a importância do investimento na ciência e na inovação científica. Segundo a deputada, com o sequenciamento já foi possível descobrir que o vírus detectado no primeiro paciente brasileiro é o mesmo da Itália. Ela alertou que a Itália já chegou a 100 casos de morte pela doença e determinou o fechamento de escolas e faculdades até o dia 15 de março. A distrital manifestou preocupação com o que poderá acontecer no Brasil e no DF, que já convivem com hospitais superlotados. “Se nós tivermos problemas como os verificados em alguns países, teremos muitas dificuldades para enfrentar a situação”, completou.

Já o deputado João Cardoso (Avante) salientou que as autoridades devem se preocupar com o coronavírus, mas sem se descuidar da dengue. O parlamentar relatou que tem promovido campanha de prevenção à dengue em Sobradinho e já se deparou com ruas com mais de oito casos de dengue hemorrágica. Cardoso disse que é necessário que o governo coloque equipes indo de casa em casa fazendo vistorias.

Luís Cláudio Alves

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