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GDF apresenta projeto da Avenida das Cidades e população reclama

Publicado em: 09/09/2019

Em comissão geral da Câmara Legislativa na última quinta-feira (5), o governo do Distrito Federal apresentou o projeto da Avenida das Cidades, antes chamada de Transbrasília, que pretende ligar Samambaia, Taguatinga, Park Way, Águas Claras, Guará e Brasília. A proposta, que envolve um total de 26 quilômetros de extensão, enfrentou resistência por parte dos moradores que compareceram à discussão. Eles criticaram não só o projeto, mas a falta de diálogo com a população afetada.

Uma das prioridades do governador Ibaneis Rocha, a construção da via está prevista no Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) com o nome de Interbairros. Contudo, diferentemente da ideia inicial, que envolvia apenas um corredor viário, o projeto atual prevê a construção de setores habitacionais, parques, comércio, calçadas e ciclovias às margens da via. “O objetivo é unir as cidades do eixo sul, que hoje estão segregadas. Será a principal obra urbana de Brasília desde a sua construção”, disse o secretário de Projetos Especiais do DF, Everardo Gueiros.

Moradores de regiões a serem afetadas, diretamente, pelas obras questionaram, entretanto, os benefícios reais da empreitada, em especial para o Guará e para o SOF Sul. Eles temem, por exemplo, o adensamento populacional da área e os impactos ambientais no Parque Ezechias Heringer.

“O parque vai ser dizimado por conta da ganância de empresários. Empresário trabalha por dinheiro e vai melhorar a vida de quem? É preciso cuidado com planos mirabolantes”, alertou José Gurgel, morador do Guará. Da mesma região administrativa, Clécio Oliveira reclamou da falta de participação popular na construção do projeto e apontou uma série de “incoerências” na proposta: “Se é populosa a área, por que aumentar ainda mais a população? Se o Plano Piloto já tem problema de estacionamento, para que levar mais carros para lá?”. Por sua vez, diversos moradores de condomínios do Park Sul, no SOF Sul, pediram mudanças no trajeto proposto, reclamando da proximidade da pista de alto tráfego das garagens dos prédios.

Considerando as reclamações e receios da população, o deputado Delmasso (PRB) – que presidiu a comissão geral – se comprometeu a constituir um grupo de trabalho para tratar do projeto. “O que fizemos aqui foi antecipar o debate. Garanto que não vamos votar um projeto que seja contra a população”, afirmou. O GT deverá ter representantes dos gabinetes do parlamentar e da deputada Júlia Lucy (Novo) – que também acompanhou a discussão –, da Administração Regional do Guará, do Ibram e de moradores do Guará I e II, Lúcio Costa e Park Sul.

Avenida das Cidades – À frente da coordenação do projeto, Antônio Augusto defendeu que o objetivo da via é “qualificar” a mobilidade entre as regiões administrativas envolvidas. “A Avenida das Cidades não será um corredor de transporte, será uma via urbana”, disse.

Segundo explicou, o trajeto vai coincidir com o traçado do metrô, e a empreitada vai ocupar áreas onde hoje estão torres de transmissão de Furnas, cujas linhas precisarão ser enterradas. Essa será, inclusive, uma das etapas mais custosas, na avaliação do coordenador do projeto. “É uma obra tão especializada e com o custo tão elevado, que cerca de um terço do investimento a ser feito será destinado para esse fim”, calcula. Augusto garante, contudo, que tudo será financiado pela iniciativa privada.

Também presente à comissão geral, o engenheiro do projeto, Lúcio Rodrigues, estima que a construção da Avenida das Cidades vai envolver a cifra de R$ 2,9 bilhões. De acordo com ele, 20 mil empregos deverão ser gerados na fase de implantação e outros 80 mil na fase de operação. O técnico listou, ainda, outros números relacionados ao projeto:

– Área total: 9,5 milhões metros quadrados;

– 35 novas obras, como pontes, viadutos, trincheiras e elevados;

– 372 mil novos habitantes (em 20 anos);

– Quatro novas subestações de energia elétrica.

 

Denise Caputo

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