A crise política no Brasil, com o iminente afastamento da presidenta Dilma Rousseff, é acompanhada de perto pelo papa Francisco. É o que diz o cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, que se reuniu com o Pontífice na última quarta-feira.
“Eu falei com o santo padre e lhe pedi para rezar pelo nosso país, o Brasil, nesse momento delicado de sua vida [política]. E o santo padre disse que está preocupado e que reza pelo nosso país”, disse o religioso à Rádio Vaticano.
Perguntado se Francisco segue o desenrolar da crise brasileira, Tempesta respondeu: “Sim, me disse que acompanha e sabe o que está acontecendo”. Segundo o cardeal, a Igreja Católica “confia nos poderes da República e que as autoridades realizam o próprio trabalho de maneira responsável”.
“Sabemos que, dentro da Igreja, há pessoas que são a favor e contra a presidenta, assim como pessoas a favor e contra o ex-presidente Lula, mas a Igreja deve permanecer unida”, completou o arcebispo, definindo a situação do Brasil como “feia e difícil”.
Prêmio Nobel
Quem também esteve com o Papa Francisco foi o vencedor do prêmio Nobel da Paz em 1980, o argentino Adolfo Pérez Esquivel que revelou, em entrevista ao jornalista Darío Pignotti, do jornal Página 12, o apoio do Papa Francisco a presidente Dilma Rousseff
O pontífice é também argentino e mantém estreita ligação com movimentos de defesa dos direitos humanos na América Latina.
“O papa Francisco está muito preocupado com o que está acontecendo no Brasil; tudo isso vai trazer consequências negativas para toda a região e teremos um grave retrocesso democrático.” revelou.
Para Esquivel, o impeachment não passa de um golpe brando, e que Dilma é uma mulher honesta denunciada por corruptos.
Agência Lusa e Brasil