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Blogueiros de Brasília e CLDF parte II – Kaso de polícia (com K)

Publicado em: 21/06/2012

No mesmo dia em que publicamos a pendenga da Câmara Legislativa do Distrito Federal com os blogueiros brasilienses (+aqui), apurávamos o que resolvemos chamar de “parte II” e dissociar da primeira parte da história, devido à gravidade que consideramos ter o caso. Entre ofensas e discussões, o caso da verba publicitária nada transparente da Casa já estava na Delegacia da Mulher e deve ir parar no Ministério Público.

Explicamos: O jornalista e blogueiro José Seabra, que mantém o Notibrás esteve fazendo algumas denúncias sobre o fato e usando da prerrogativa da liberdade de expressão, comparou a chefe de Comunicação Social da Casa, Ana Karolina Bezerra à Karolina com K” de Luiz Gonzaga (Veja letra aqui e matérias do Notibrás aqui e aqui). Ofendida, a chefe Karolina (que por acaso escreve-se mesmo com k), procurou a Delegacia da Mulher e prestou queixa contra Seabra por conta das matérias que publicou sobre o gasto nada transparente das verbas.

Como lembrou José Seabra na matéria que reproduzimos a seguir, a Lei de Informação (LAI) está em vigor e  Karolina, com ou sem K deve prestar contas do uso das verbas, a despeito da desculpa que deu várias vezes inclusive a parlamentares como Eliana Pedrosa (PSD) de que não possui meios e não estava localizando as notas fiscais, quando foi interpelada.

Vale lembrar à senhorita em questão que, antes mesmo da Lei Federal de Acesso à informação, a própria CLDF tem duas regras de transparência, que vêm sido cumprida pela maioria dos distritais. Sem mais delongas, acompanhe o que disse José Seabra.

Câmara esconde seus gastos e publicidade vira caso de polícia

Por José Seabra – Embora a Lei de Acesso à Informação esteja em pleno vigor, ninguém de fora do universo da Câmara Legislativa sabe como e com quem são gastos os 35 milhões de reais que a Casa destinou este ano em seu orçamento de publicidade. O mistério, inclusive, virou caso de polícia dentro e fora de um Poder que se diz democrático.

Mas este não é o maior problema que Ana Karolina Bezerra, chefe da Comunicação Social, está enfrentando. Ela também corre o risco de ser processada pelo Ministério Público por não disponibilizar as despesas com a verba publicitária. A lei determina que a cada três meses seja publicado um balanço no site da Câmara, mas a comunicadora argumenta que não dispõe dos meios.

Trata-se, porém, de uma desculpa pouco republicana. Muitos deputados, que se dizem engasgados com a postura de Ana Karolina, publicam suas despesas (inclusive com fac-símile de notas fiscais) para dar uma satisfação à sociedade.

Estranhamente, o portal da Câmara tem veiculado despesas com publicidade legal a cargo da 2ª Secretaria, a exemplo de editais e convocações. Mas Ana Karolina, que foi conduzida ao cargo pelas mãos do ex-governador Rogério Rosso e de antigos colaboradores de José Roberto Arruda, sustenta que não deve prestar contas a ninguém. Ela chega mesmo a desdenhar os parlamentares, dizendo que os deputados detêm mandatos, mas quem manda na verba da propaganda é ela.

Essa postura caracteristicamente petulante provocou há alguns dias o primeiro grave incidente envolvendo a comunicadora, uma deputada e a Polícia Legislativa. Cansada de ouvir queixas de blogueiros que dão cobertura jornalística às atividades parlamentares, Eliana Pedrosa, líder do PSD, cobrou satisfações de Ana Karolina Bezerra sobre os critérios utilizados para a inclusão de veículos virtuais na mídia  publicitária.

Pega de surpresa, a chefe da Comunicação Social fez rodeios e disse não estar localizando em meio a seus papéis as informações solicitadas. Eliana, sentindo-se confrontada, alterou a voz a ponto de agentes da Polícia Legislativa correrem ao gabinete de Ana Karolina, ao lado da sala da Presidência.

Entre dar voz de prisão à servidora que ocupa cargo de confiança, a contemporizar, a deputada fez a segunda opção. Mas determinou que a polícia agisse e localizasse os documentos. Foi o tempo de um garçom servir água gelada para que os documentos, como num passe de mágica, aparecessem.

Sem voz ativa na Câmara, Ana Karolina, inconformada com as críticas ao seu sistema centralizador de trabalho, resolveu apresentar queixa-crime à polícia. E bateu nas portas da Delegacia da Mulher, dizendo-se ofendida por termos publicados em Notibras, em matéria sobre festas juninas em que a letra da música Karolina com K, de Luiz Gonzaga, era lembrada.

A direção da Câmara Legislativa entrou de cabeça no processo. A queixa foi feita no meio da tarde. Já ao anoitecer, agentes da Deam tinham localizado o suspeito (no caso em questão, este escriba) e menos de 24 horas depois, já estava assinado o termo de depoimento. Tudo rápido, como se inquéritos corressem em tempo real.

Na Câmara Legislativa, estão confundindo a força do poder com o poder da força. Se a moda pega, vai sobrar muito pedaço de cabo em fogueiras. E a cambada toda bêbada lambuzada com os trejeitos de Karolina com K – a da música.

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