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2º capítulo de Pedrosa X Attuch promete trazer a verdade da Satiagraha

Publicado em: 20/04/2012

 

 

No “capítulo” desta quinta (19) o jornalista Leonardo Attuch, colunista da IstoÉ Dinheiro e proprietário do portal Brasil247 prometeu responder ao ataque feito pelo também jornalista Mino Pedrosa, ex(?)assessor de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira (leia aqui). Mino acusou Attuch de usar sua caneta para servir aos interesses do banqueiro Daniel Dantas e do empresário Naji Nahas. O folhetim protagonizado pelos jornalistas ganha ares de reality show nos moldes do global “Ultimate Figth”, ou como comparou uma leitora de Câmara em Pauta, uma trama no estilo Agata Cristie.

Leonardo Attuch respondeu ao colega evocando valores jornalísticos como “verdade” e “liberdade de expressão”, prometendo trazer a história da Operação Satiagraha. Como merchandising, o folhetim traz ao fim da matéria, ao melhor estilo “ultima informação é a que fica impressa na mente de quem lê”, a história do Brasil 247, erigindo o veículo ao mais alto grau de inovação, imparcialidade e liberdade, além de classificar como “leviandade” a ligação com Dantas. “Dantas não tem qualquer relação conosco, mas poderia ter – não há nenhum impedimento a isso”. Como juízes espectadores, nós do Câmara em Pauta achamos que, na briga entre a caneta de Mino e a de Attuch, um empate técnico.

A resposta de Attuch – Acusado por Mino Pedrosa, que publicou gravações e documentos que comprovariam a ligação do jornalista com o grupo de Daniel Dantas e Naji Nahas, envolvidos nas operações Chacal e Satiagraha da Polícia Federal, Attuch traz o que chama de “a verdadeira história da Operação Satiagraha”, partindo pela reportagem da confiável revista Veja, que em 18 de maio de 2005 publicou uma reportagem intitulada “A usina de espionagem da Kroll”, onde Attuch era acusado de receber informações da empresa americana de inteligência Kroll, com o interesse de atacar o então ministro da Casa Civil José Dirceu, em favorecimento a Dantas.  “Como “prova” do crime, Veja trazia um trecho de um relatório da Polícia Federal no qual eu era citado como autor de diversas reportagens que favoreceriam tanto a Kroll como Dantas”, escreve Attuch complementando que nunca publicou grampos ou filmes clandestinos.

Attuch diz ainda que “jamais poderia imaginar que, sete anos depois, a mesma revista Veja que incitava uma ação da Polícia Federal contra mim vinha trabalhando numa parceria tão estreita com o bicheiro Carlos Cachoeira e sua gangue de arapongas”. Em seguida, cita vínculos que a operação Monte Carlo, que prendeu Cachoeira, traz à tona ligando o deputado e ex-delegado Protógenes Queiroz (PC do B/SP) e os arapongas de Cachoeira, Idalberto Martins, o Dadá e o policial Jairo Martins. Sobre a Operação Chacal e a Satiagraha, ele escreve “Não eram ações policiais. Eram apenas ações comerciais, com a utilização indevida da polícia”, comparando o Brasil à Rússia, onde segundo ele empresários compram a polícia para lidar com seus concorrentes.

Dantas e Nahas– O texto escrito por Attuch, caberia perfeitamente numa defesa aos réus da Operação Satiagraha, se ela não tivesse sido anulada em junho do ano passado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O jornalista faz o que as teorias da assessoria de comunicação chamariam de “gerenciamento de crise”, para explicar que a operação da PF seria uma guerra comercial pela consolidação das telecomunicações em terras tupiniquins, colocando a Brasil Telecom de Dantas contra a Oi (Carlos Jereissati e Sérgio Andrade) cobiçando o “pote de ouro”.

“Algum tempo depois”, como acontece nos folhetins, muda o governo de Fernando Henrique Cardoso para Luís Inácio Lula da Silva e com ele, viria uma nova visão ideológica sobre o papel dos fundos de pensão, segundo Attuch. “Resumidamente, os quatros atores – Dantas, Oi, italianos e fundos – pretendiam controlar a supertele brasileira. E a primeira guerra se deu entre Dantas e italianos. Nesse contexto, Naji Nahas, a quem conheço, era um agente pacificador entre os italianos, que defendia um acordo – e não uma guerra – com Dantas”.

Por fim o jornalista afirma que a operação Chacal, que foi embrião da Satiagraha surgiu de uma reportagem da Folha de São Paulo, acusando a Brasil Telecom de contratar a Kroll para “espionar” o governo federal. Ele defende ainda que, como sua caneta foi usada para reportagens que defendiam que “disputa comercial é assunto privado, que não diz respeito à polícia”, isto teria incomodado mercenários da polícia. “Três anos depois, 30 pessoas ligadas à Telecom Italia foram presas justamente porque, entre outras coisas, encomendaram uma ação policial no Brasil”.

Os jornalistas – No capítulo seguinte, Attuch fala de “guerra entre jornalistas”. Para ele, a disputa comercial criou rótulos entre os jornalistas, ligando-os a empresários: “Fulano é ligado a A, siclano a B e beltrano a C. E o rótulo que coube a mim foi explorado nesta quinta-feira, de forma absolutamente leviana, pelo jornalista Mino Pedrosa, responsável pelo site Quidnovi (leia aqui o que ele escreveu a meu respeito e sobre o 247). Mino, que provavelmente não gostou de ser citado dias atrás no 247 como ex-assessor de Carlos Cachoeira – o que ele, de fato, foi – responderá criminalmente por suas mentiras”.

A partir daí, Attuch finalmente responde a Mino no mesmo tom, ligando o colega a “C”, ou Cachoeira e trazendo à cena outros jornalistas: Paulo Henrique Amorim, Mino Carta e Luís Nassif, que ao ir para o Portal IG, começaram a ser atacados, em Veja, por Diogo Mainardi e ele, Attuch, ficaria no meio do fogo cruzado. “Carta Capital publicou um email falso, Veja fez os ataques aqui já relatados e o resultado é que, nunca antes na história deste país, tantos jornalistas processaram tantos jornalistas”, lamenta.

Operação Satiagraha – Vários parágrafos depois, vem o cerne prometido no título: a verdade sobre a Satiagraha, que após mais umas dúzias de palavras, se resumiria ao fato de que Dantas era persona non grata ao governo de Lula no projeto da supertele. “Dantas contratou o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, do PT, que levou ao governo a informação de que ele não colocaria nenhum óbice à supertele. Apenas venderia sua participação. Dilma acreditou. Sérgio Rosa, então presidente da Previ e braço direito de Luiz Gushiken, desconfiou”, escreve Attuch.

Depois de algumas palavras que dão conta da preferência do governo pela OI, ele conta a tal verdade sobre a Satiagraha, que seria o contexto onde as gravações foram feitas, no período de negociação da supertele entre Brasil Telecom e Oi, a Telecom Italia fora do páreo e por fim, vitória da Oi. Após isto, vem a Satiagraha, que traz à trama o delegado Protógenes Queiroz, a reação de Lula, segundo Attuch, primeiro o júbilo depois de chegar a “bater boca, pelos jornais, com um simples delegado, que acabou sendo afastado da Polícia Federal”, isso porque Protógenes pretendia investigar a Gamecorp, empresa dos filhos de Lula, financiada pela Oi.

A verdade sobre a Satiagraha seria então que “há indícios consistentes de que, assim como a Operação Chacal, a Satiagraha também foi financiada por recursos privados”, para desestabilizar o governo Lula, fazendo de Protógenes “celebridade nacional”, ao colocar ricos na cadeia. “Mas poucos atentaram ao fato de que Protógenes não é apenas um homem rico. É milionário, dono de um patrimônio totalmente incompatível com sua atividade. Tinha até conta bancária na Suíça, alimentada no tempo em que era consultor de Ricardo Teixeira, um personagem a quem já havia investigado”.

E lá vamos nós, com nosso espírito libertário evocado pelo colega Attuch continuar atraídos pelo Brasil 247 e também pelo Quid Novi, em busca do próximo capítulo. 

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