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Os interesses na desmoralização do ENEM

Publicado em: 30/10/2011

Do Rodopiou – Você amigo navegante já parou para pensar como é que o MEC conseguiu “errar” em quatro edições seguidas do ENEM? Éh, logo quando ele toma uma importância enorme para milhões de jovens que desejam ingressar no ensino superior, em instituições públicas ou privadas que adotam o Exame Nacional do Ensino Médio como forma de seleção única, parcial ou complementar para a seleção de seus futuros alunos.

É interessante analisarmos os interesses que os grupos educacionais que controlam os cursinhos pré-vestibulares, tem na desmoralização do ENEM, já que se todas as universidades federais, e até particulares como tem acontecido, gradualmente adotarem o ENEM como forma de ingresso, os cursinhos que geram milhões vão pro saco. Afinal todo o conteúdo do ENEM se aprende no ensino médio, sem precisar de cursinho preparatório.

Um belo exemplo é a UTFPR, antigo CEFET-PR, uma instituição de ponta que há cerca de dois anos adota o ENEM como forma única para a entrada em seus cursos. Há um cursinho pré-vestibular curitibano que era especialista em UTFPR, tinha a maioria dos aprovados quando a Universidade Tecnológica tinha vestibular normal. Seu maior marketing era o fato de ter a maioria do aprovados na UTFPR. Porém, logo que a universidade adotou o ENEM, o cursinho quase quebrou.

O exame também permite que o aluno de baixa renda se inscreva no ProUni (Programa Universidade para Todos) que paga 50% ou 100% do valor da mensalidade para o aluno cursar qualquer curso, em qualquer universidade/faculdade particular.

Um horror né, afinal aonde já se viu filho de pobre estudar?!?!?

Estão atreladas ainda em todas as universidades federais, vagas que podem ser alcançadas pelo SiSU (Sistema de Seleção Unificada), que utiliza o exame como método de classificação. O FIES (Financiamento Estudantil) que até pouco tempo atrás pedia um fiador a partir de 2011 solicita que o aluno que deseja financiar seus estudos tenha feito o ENEM.

Para quem gosta de puxar o saco dos americanos, sabem como o presidente Barack Obama entrou na Faculdade de Direito de da Universidade de Harvard, uma das melhores do mundo? Pelo SAT, que é o ENEM americano, uma forma de seleção para o ensino superior utilizada e consagrada em todo o mundo. “Saudade” não tem tradução. “Vestibular” também não. O ENEM em número de participantes fica atrás apenas do seu “irmão” chinês que tem o dobro de inscritos.

Em suma, o ENEM que antes servia apenas para avaliar o aluno ou a escola, se tornou a a principal ferramenta de democratização do ensino já feita no Brasil. E democratizar, seja o que for, é algo que pequena parte de nossa sociedade odeia, ainda mais quando permite que alguém lá embaixo tenha a chance de ir lá para cima. Agora falando sem meias palavras: A elite não quer ninguém subindo na vida.

Ah, e só para lembrar, a prova sigilosa do ano passado misteriosamente “vazou” da gráfica do Grupo Folha (ou falha, como eu prefiro) de São Paulo. E qualquer brasileiro não alienado sabe os interesses a quem o Grupo Folha defende e defendeu durante sua história.

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