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Novo setor hoteleiro na mira do Iphan

Publicado em: 18/08/2011

O projeto do governo do Distrito Federal para a nova área situada na 901 norte pode não sair do papel. Apesar dos planos do Buriti de transformar o local em novo setor hoteleiro para a Copa de 2014, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) promete impedir a empreitada.

Em audiência com a deputada distrital Liliane Roriz (PRTB), que foi ao órgão na quarta-feira (17) para buscar informações sobre a legalidade da proposta, o superintendente do Iphan, Alfredo Gastal, garantiu não haver a menor possibilidade de o projeto ser aprovado do jeito que está. Pela proposta, a estimativa é que treze prédios com pelo menos 20 andares alterem a paisagem das redondezas do Colégio Militar nos próximos anos.

“O governo se baseia na necessidade de se criar mais leitos para abrigar turistas durante a Copa, mas não há nenhum estudo oficial divulgado que revele a quantidade necessária. Além do que, a proposta da forma como está fere o tombamento de Brasília”, afirmou Gastal. Para qualquer construção em Brasília, que é área tombada pelo governo federal, há necessidade de autorização prévia do Iphan. Gastal ainda não foi comunicado oficialmente sobre a criação do novo setor.

Para a distrital, a área precisa atender a cidade e não apenas turistas durante a Copa. “É claro que precisamos nos preparar para o mundial, mas não dá para pensar apenas nele. A Copa vai e a cidade fica. Se ficar do jeito que está o projeto dará brecha para futuras mudanças de destinação e, conseqüentemente, uma grande desordem urbana”, avalia a oposicionista.

A estimativa de empreiteiras é de que, se aprovada, a expansão do Setor Hoteleiro Norte possa movimentar cerca de R$ 4 bilhões em obras. Isso porque, de acordo com o GDF, a capital federal precisa de pelo menos mais 8 mil leitos de hospedagem. “Não há a menor chance de aprovar um projeto que atenda a Copa durante alguns dias e depois sem utilidade”, frisou.

Gastal adiantou que já tem mantido contato com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para tratar do assunto. Brasília foi inscrita no organismo em 1987, sendo o primeiro bem contemporâneo a merecer a distinção de Patrimônio Cultural da Humanidade. A cidade é detentora da maior área tombada do mundo, num total de 112,25 km².


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